SPCB (03. : 2003 : Porto Seguro, BA) - Resumos Expandidos

URI permanente para esta coleção${dspace.url}/handle/123456789/521

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 2 de 2
  • Item
    Aplicação de boas práticas agrícolas (BPA) em pós-colheita de café arábica na região de Brejetuba, Espírito Santo
    (2003) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Chalfoun, Sára Maria; Castro, Hilário Antonio de; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A qualidade de um produto pode ser definida como a soma de todos os atributos que satisfaçam a necessidade do consumidor. No produto café, estes atributos vão muito além dos aspectos organolépticos, sendo cada vez maior a preocupação com a segurança alimentar. Entre os fatores que afetam a qualidade do café, a atuação de fungos é citada tanto como principal causa de alterações no flavor do produto quanto pela produção de metabólitos tóxicos. A presença de ocratoxina A, metabólito produzido por fungos do grupo Aspergillus ochraceus, já limita a exportação de café para alguns países. A garantia da qualidade do café é alcançada pela adoção de uma série de práticas, as quais favorecem a obtenção de um produto satisfatório ao consumidor em todos os aspectos. O conjunto destas técnicas é denominado Boas Práticas Agrícolas (BPAs). A sua definição e aplicação na cadeia produtiva devem ser cada vez mais fomentadas para tornar o agronegócio café mais eficiente e rentável. A implementação das BPAs passa pelo estudo da sua viabilidade técnica, operacional e econômica e, principalmente, pela conscientização e organização dos produtores em torno do projeto de adoção das práticas. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo exemplificar a adoção de BPAs em Brejetuba ES. O município de Brejetuba está localizado no centro-sul do estado do Espírito Santo, a 20º10’ de latitude sul e 41º16’ de longitude oeste, e uma altitude de 803 m. Brejetuba é um dos maiores produtores de café arábica do estado, com uma produção de 274.500 sacas e um total de 13.500 ha plantados. Para a caracterização do processo e das práticas adotadas foi a aplicado um questionário estruturado aos produtores e técnicos da associação local, juntamente com documentação fotográfica das propriedades. Três produtores entrevistados se destacaram pela adoção das BPAs. O tamanho das propriedades estudadas foi de 9, 10 e 700 ha, todas trabalhando com sistema de produção de café desmucilado. A adoção de BPAs está baseada no fato de que o processamento do café por via úmida, nas condições de cultivo locais, favorece a obtenção de café de qualidade superior. Assim existem grupos de produtores organizados para a utilização comunitária do conjunto de maquinários necessário para a produção de café do tipo desmucilado. Os cuidados na fase pós colheita iniciam-se com a passagem do café no lavador-separador onde os cafés do tipo bóia são separados dos tipos cereja e verde. Os frutos verdes são separados no descascador de cerejas que, além de descascadas, passam por uma desmucilagem mecânica. Em uma das propriedades, o fruto do tipo bóia passa ainda por um descascador de cerejas, previamente regulado para este tipo de fruto, obtendo-se assim mais um tipo de café, o "bóia descascado". Cada lote segue então para a secagem no secador ou terreiro, que segundo orientações da associação, deve ser do tipo suspenso ou de cimento, sendo proibida a secagem na terra. O ponto ideal de secagem, 11% de umidade do grão, é definido pelo técnico da associação com medidor de umidade. Após a secagem, amostras do café são classificadas quanto ao tipo e qualidade da bebida na sede da associação, que orienta também o processo de comercialização. Com intuito de caracterizar a região como produtora de cafés especiais, é desenvolvido um trabalho de marketing. Além da marca "Café das Montanhas do Espírito Santo", marcas como "Brejetuba - a cidade do café" ou "Brejetuba - um dos melhores cafés do mundo" estão presentes em materiais da associação. Os resultados da adoção das práticas são satisfatórios, com a melhoria na qualidade da bebida passando de tipo rio para duro em alguns locais e acréscimos de até 30% no preço por saca dos cafés duros para melhor. Os resultados confirmam que a organização dos produtores e conscientização na adoção das boas práticas agrícolas tem grande potencial na melhoria da condição econômica do produtor e da qualidade dos cafés brasileiros.
  • Item
    Obtenção de isolados de Cladosporium sp. de café com potencial de biocontrole pós-colheita
    (2003) Fernandes, Rachele Cristina de Paula Chaves; Castro, Hilário Antonio de; Fernandes, Márcio; Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A qualidade da bebida do café é dependente de vários fatores, tais como: a composição química do grão na qual intervém a ação da umidade e temperatura, propiciando infecções indesejáveis; a torração e o preparo da bebida. A população fúngica do café também aparece como um fator determinante na classificação deste fruto como fino (bebida mole) ou de pior qualidade (bebida rio). Apesar de o café ser alvo de um grande número de estudos, há uma carência de pesquisas que explorem a influência dos fungos na qualidade da bebida. Isto se deve, em grande parte, ao fato de que em outros países ele é comumente despolpado, enquanto no Brasil, em sua maioria, é processado por via seca. Dentre os fungos associados à micoflora dos frutos do cafeeiro, destaca-se a presença dos gêneros Fusarium e Cladosporium, seguidos dos gêneros Geotrichum, Trichoderma, Rhizopus e Phomopsis, enquanto que nos cafés beneficiados foram encontrados além de Fusarium e Cladosporium, Aspergillus e Penicillium, verificando, no que diz respeito à qualidade, uma relação entre a presença dos fungos Aspergillus ochraceus, Aspergillus niger e Fusarium sp. com cafés de bebidas inferiores (rio e riada). Cladosporium spp. esteve associado a boas bebidas (dura para melhor), o que despertou o interesse na inves-tigação da ecologia deste fungo e seu potencial como agente de biocontrole dos fungos deletérios a qualidade do café. A metodologia utilizada foi isolamento de Cladosporium spp. dos frutos (Blotter test) e folhas do café e diluição em série de amostras de solo. Foram coletadas amostras das regiões dos Municípios de Lavras, Perdões e Boa Esperança. Resultados preliminares indicam maior aparecimento de Cladosporium spp. Nas folhas mais maduras do que nas mais jovens, confirmando assim o caráter endofítico senescente do fungo. Nas amostras de solo, obteve-se 100% de ocorrência de fungos do gênero Cladosporium spp. Testes in vitro indicam que um possível mecanismo de ação do Cladosporium spp. sobre Aspergillus sp. e Penicillium sp. é a liberação de metabólitos (antibiose).