SPCB (03. : 2003 : Porto Seguro, BA) - Resumos Expandidos
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Item Crescimento inicial do cafeeiro rubi em respostas a doses de N, P e K e a regimes hídricos(2003) Nazareno, Rodrigo Barbosa; Oliveira, Carlos Alberto da Silva; Sanzonowicz, Cláudio; Sampaio, João Batista Ramos; Silva, Júlio César Pereira da; Guerra, Antônio Fernando; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento da parte aérea do cafeeiro cultivar Rubi MG 1192 (Coffea arabica L.) submetido a três doses de N, P e K e dois regimes hídricos durante o primeiro ano após transplante, em 20 de novembro de 2000. O crescimento da planta foi avaliado aos 134, 196, 236, 284, 334 e 383 dias após o transplante (dat). O crescimento em número de ramos plagiotrópicos por planta respondeu ao N e K, ao passo que para o número de nós com gemas por planta a resposta ocorreu apenas ao N. Não houve resposta ao N, P e K no aumento da massa seca da parte aérea e no índice de área foliar. Além de mostrar efeito significativo no crescimento do cafeeiro, a irrigação antecipou o rápido crescimento para julho (236 dat) proporcionando plantas mais vigorosas. Nas plantas não irrigadas, o rápido crescimento ocorre a partir de meados de outubro (334 dat). Entretanto, a irrigação não impediu a queda na taxa de crescimento durante o inverno. O desenvolvimento das gemas em frutos ou ramos secundários nas plantas não irrigadas alterou a distribuição de matéria seca mais acentuadamente, reduzindo o crescimento do caule, ramos e folhas.Item Variabilidade espacial de atributos físicos em solo de cerrado utilizado com cafeicultura submetidos a dois manejos - Ano agrícola 2002-2003(2003) Borges, Elias Nascentes; Gontijo, Ivoney; Jorge, Ricardo Falqueto; Casarotti, Daniel da Costa; Silva, Ademar Maximiano da; Guimarães, Paulo Tácito Gontijo; Rodrigues, Gilson Marcelino; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféSolos cultivados intensamente com a cultura do cafeeiro, não raramente apresentam problemas na parte física do solo, afetando todo o processo de conservação do solo, comprometendo dessa maneira, a sustentabilidade de todo o processo agrícola. A expansão da cafeicultura no cerrado ocorre com investimentos elevados em variedades, adubações, irrigações, controle de pragas e doenças. Contudo, pesquisas da qualidade do ambiente do solo para a cultura, com mapeamento georeferendados visando a constituição de um banco de dados de atributos físicos do solo são escassos para possibilitar adoção de técnicas de manejo mais sustentáveis. Objetivou-se nesse trabalho criar um banco de dados georeferenciados, comparando os atributos físicos em dois sistemas de manejo para controle de plantas daninhas no cafeeiro. Foram instaladas duas malhas amostrais de 45 x 55 m, contendo cada uma 45 pontos eqüidistantes (5 x 8 m), georeferenciados com o uso do GPS, uma com o controle de plantas daninhas com herbicida de contato, e a outra malha com controle de plantas daninhas com uso de gradagens sucessivas nas entrelinhas, foram demarcadas numa lavoura de café variedade Mundo Novo (376/19) pertencente à Estação Experimental da EPAMIG, Patrocínio - MG. As determinações dos níveis de compactação foram obtidas com o uso do penetrômetro de impacto e as amostragens de solo para a determinação das densidades do solo e de partículas bem como a porosidade total do solo, efetuadas nas profundidades de 0 - 20 cm e 20 - 40 cm nas regiões do meio da rua, linha de tráfego do trator e "saia" do cafeeiro. Observou-se que não houve diferença significativa dos valores de densidade e porosidade nas diferentes regiões amostradas no manejo das plantas daninhas com herbicida; no manejo com grade o valor da densidade foi significativamente menor na região da saia do cafeeiro demonstrando o efeito do manejo nessa região do cafeeiro. Os valores de resistência à penetração foram estatisticamente diferentes nas três regiões estudadas, apresentando valores crescentes na "saia" do cafeeiro, meio da rua e linha de tráfego do trator, em ambos os manejos adotados, demonstrando o grande efeito compactador de todo o maquinário utilizado no manejo do cafeeiro.Item Avaliação de genótipos de cafeeiros em diferentes níveis de acidez e alumínio(2003) Mistro, Júlio César; Fazuoli, Luiz Carlos; Gallo, Paulo Boller; Bataglia, Ondino Cleante; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféGrande parte das áreas agrícolas no Estado de São Paulo é caracterizada por solos ácidos, baixa saturação de bases, elevados teores de alumínio trocável, além de baixos teores de macro e micronutrientes. O plantio nestas áreas prejudica o crescimento do sistema radicular e da parte aérea, exigindo o uso constante de calcário e fertilizante para se atingir altas produções, elevando, assim, o custo da lavoura. A aplicação de calcário ameniza o efeito do alumínio apenas nas camadas superficiais, concentrando as raízes somente nesta área. A correção em camadas mais profundas é uma operação mais difícil, tornando as plantas mais sensíveis em épocas de seca, devido à menor exploração de solo. O conhecimento do comportamento das cultivares e/ ou linhagens de café em tal situação é de grande importância para a cafeicultura brasileira pois a sua expansão dá-se em áreas de cerrado, onde predomina solos ácidos e pobres em nutrientes. O objetivo deste trabalho é conhecer o comportamento dos cafeeiros em diferentes níveis de calagem e acidez de solo. O experimento, instalado em 2000 no Pólo Regional de Desenvolvimento de Tecnologia dos Agronegócios do Nordeste Paulista - Mococa (SP), seguiu o delineamento de blocos ao acaso no esquema de parcela subdividida, com três repe-tições. A parcela foi constituída por três doses de calcário C 0 (V = 7%), C 1 (V = 15%) e C 2 (V= 30%) na profundindade de 0-20 cm e a subparcela por quatro cultivares de porte baixo (Ouro Verde IAC 5010-5, Obatã IAC 1669-20, Catuaí Vermelho IAC 144 e Tupi IAC 1669-33) e quatro de porte alto (Icatu Vermelho IAC 3888-6, Mundo Novo IAC 376-4, Acaiá IAC 474-16 e Icatu Vermelho IAC 4045). Cada subparcela foi composta por duas linhas com doze plantas cada uma (24 plantas no total). Foram avaliadas as seguintes características: altura, diâmetros da copa e do caule das doze melhores plantas da subparcela; nas seis melhores plantas da subparcela foram marcados dois ramos laterais, na parte mediana da planta, a fim de determinar o comprimento do ramo primário, nº de nós no ramo todo e no ramo do ano, comprimento médio dos internódios do ramo todo, comprimento do 3 e 4º internódios, área foliar e o nº de flores. Colheram-se as doze melhores plantas e determinaram-se a produção de café coco, o rendimento de grãos, tipo de grão, peneira média e o peso de 100 sementes. Os dados foram submetidos a ANAVA, pelo teste F ao nível de 5%, considerando o efeito da calagem (independentemente das cultivares) e o efeito da calagem em cada uma das cultivares. Para comparação de médias, utilizou-se o teste de Tukey a 5%. De maneira geral a correção da saturação de bases proporcionou, tanto nas cultivares de porte baixo quanto nas de porte alto, melhores condições de desenvolvimento e crescimento vegetativo e reprodutivo na maioria das característi-cas avaliadas. As cultivares Tupi IAC 1669-33 (porte baixo) e Acaiá IAC 474-16 (porte alto) mostraram tendências de serem menos afetadas por uma condição de solo ácido e pobre em nutrientes, enquanto que as cultivares Obatã IAC 1669-20 (porte baixo) e Icatu Vermelho IAC 3888-6 (porte alto) mostraram ser mais sensíveis a esta condição.Item Aplicação dos princípios do sistema HACCP/APPCC para a identificação e controle de fatores que favorecem a produção de Ocratoxina em café da região Sul e Sudeste do Brasil (S. Paulo, Rio de Janeiro e Paraná)(2003) Gelli, Dilma Scala; Jakabi, Miyoko; Nogueira, Márcia Dimov; Lucca, Tatiana De; Rodrigues, Regina M. Morelli S.; Sabino, Myrna; Matsuzaki, Richard; Nascente, Camila de Paula; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA aplicação dos princípios do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) depende de base real e científica para que se possa caracterizar com segurança, como e quais medidas de controle, de caráter preventivo, devem ser utilizadas para o controle de perigos significativos à saúde do consumidor no produto final. Este sistema é indicado pelo Codex Alimentarius e tem sido apontado para prevenção e controle dos perigos selecionados na produção de alimentos tanto para consumo externo quanto para o interno. Dentre os perigos relacionados com o café, as micotoxinas, em especial a ocratoxina A (OTA), é considerado signifi-cativo nesse produto. Com o objetivo de conhecer possíveis diferenças entre processamentos primários de café verde nos estados selecionados, foram amostradas três fazendas nos seguintes municípios: Bom Jardim (RJ), Espírito Santo do Pinhal (SP) e Cornélio Procópio (PR) onde haviam os dois tipos de processamento. Foram coletadas 109 amostras de grãos de café, em diversas etapas do processamento, no período de maio a agosto de 2002. As amostras foram colhidas de acordo com fluxograma estabelecido e as etapas estudadas foram: cereja (CR), bóia (BO), verde no pé (VE), cereja e verde (CV), cereja descascado (CD) e beneficiado (BE). Dessas amostras, 10 apresentaram OTA, que variou na sua quantificação de traços (< 3ng/g) a 101ng/ g. A maior incidência de OTA em café foi no estado do Paraná e em café de varrição (VR). A via úmida apresentou três amostras de café com OTA e a via seca sete. Desta última quatro (57%) foram de varrição. Quanto ao isolamento de fungos potencialmente toxigênicos, nas etapas CR e BE não houve isolamento de fungos. Na via úmida a etapa CD foram encontradas linhagens do grupo Nigri e Circundatti e Penicillium sp, sendo que os três tipos foram isolados no estado do Paraná simultaneamente, em São Paulo foram isolados fungos do grupo Nigri e no Rio de Janeiro não houve isolamento de linhagens toxigênicas. Na via seca a etapa BO registrou o isolamento de fungos do gênero Penicillium sp. no estado do Paraná; na etapa VE fungos do grupo Nigri no estado de São Paulo. A maior infestação encontrada nos cafés cerejas (início do processo) foi por larvas de Diptera e insetos da ordem Homoptera e o índice grau de grãos brocados variou de 0.0 a 29.4%; para os grãos beneficiados (final do processo) a infestação predominante foi por coleóptero Scolytidae: Hypothenemus sp e o índice de grãos brocados variou de 0.0 a 3.8%. Estes resultados referem-se a dados parciais são parciais do projeto financiado pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café.Item Embriogênese somática em híbridos de Coffea arabica para a propagação clonal(2003) Barbosa, Wellington Marota; Cordeiro, Antônio Teixeira; Cruz, Ana Claudia Ferreira da; Zambolim, Laércio; Sakiyama, Ney Sussumu; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA propagação clonal de cafeeiros, em grande escala, requer a indução de calos friáveis embriogênicos (CFE) para o estabelecimento de culturas líquidas e sua diferenciação embriogênica posterior. Considerando-se que as condições indutoras para a produção de CFE’s possuem, aparentemente, um caráter de genótipo-especificidade, testaram-se diferentes meios de cultura para a indução desta reação calogênica em explantes foliares de três genótipos híbridos segregantes oriundos do programa de melhoramento genético da UFV-EPAMIG. Os genótipos escolhidos foram o híbrido Catimor F 3 UFV 395-141, o híbrido F 1 337- 610, entre Catuaí Vermelho x Híbrido de Timor CIFC 832-1, e o híbrido F 1 447-12, entre Mundo Novo x Híbrido de Timor UFV 337-1. Explantes foliares destes cafeeiros, após desinfeção em solução de hipoclorito de cálcio 5% contendo Tween 20 0,04%, foram distribuídos com o lado adaxial em contato com o meio semi-sólido contido em placas de Petri estéreis. Cada placa recebeu, inicialmente, cinco explantes, sendo o conjunto repetido vinte vezes e mantidos em condições de obscuridade a 25ºC. Os meios de cultura continham sacarose 30 Kg.m -3 , Gelriteä 0,3%, vitaminas de Gamborg combinados com macro e micronutrientes MS ½ força, cisteína 0,272 mol.m -3 e os reguladores de crescimento BAP (B = 0; 0,1; 1; 5; 10 e 20 mmol.m -3 ) e 2,4-D (D = 0; 1 e 10 mmol.m -3 ), que originaram os seguintes tratamentos: B0,1 (BAP 0,1 mmol.m -3 e 2,4-D 0 mmol.m -3 ); B0,1D1; B1; B1D1; B1D10; B5; B5D10; B10; B10D1; B10D10; B20; B20D10 e D10. A barra indica sucessão de dois meios de cultivo, primário e secundário, com o segundo introduzido na primeira repicagem, que ocorreu aos trinta dias do início da indução. As subculturas subseqüentes ocorreram a intervalos variando de 30 a 60 dias entre si. Aos oito meses de pós-indução, calos embriogênicos (CE) foram induzidos em explantes dos três genótipos experimentados. Todavia, as suas condições indutoras confirmaram o caráter de genótipo-especificidade. Assim, as maiores produtividades embriogênicas ocorreram para os genótipos Catimor 395 (45 embriões.explante -1 ) e os híbridos 337 (38 embriões.explante -1 ) e 447 (45 embriões.explante -1 ) quando 2,4-D foi suprido no meio primário e BAP no meio secundário, ambos os reguladores associados apenas no meio secundário e ambos os reguladores associados apenas no meio primário, respectivamente. CFE’s foram induzidos em explantes foliares dos três genótipos. Embora para os híbridos 337 (10%) e 447 (12%) o único tratamento eficaz tenha sido B5/B5D10, explantes de Catimor induziram CFE’s em resposta aos tratamentos B5/ B5D10 e B20D10, nas freqüências de 12 e 7% dos explantes, respectivamente. Estes calos foram utilizados para o estabelecimento de culturas líquidas. Todavia, aqueles CFE’s obtidos em explantes Catimor em resposta ao meio B20D10 oxidaram-se rapidamente em meio líquido com perda do potencial embriogênico. Para todos os genótipos experimentados, os agregados celulares induzidos com B5/B5D10 foram distribuídos e transferidos para meios líquidos contendo B5D10, B5D5 e B5D1. Depois de estabelecidas tais cepas, avaliaram-se seus potenciais embriogênicos em meios contendo sais MS força total (MD 1 ) ou ½ força (MD 2 ). Após oito semanas, a produtividade embriogênica do Catimor foi de 145.000, 140.000, 148.000, 140.000, 120.000 e 80.000 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares para as cepas B5D10-MD 1 , B5D10-MD 2 , B5D5-MD 1 , B5D5-MD 2 , B5D1-MD 1 e B5D1-MD 2 , respectivamente. Relativamente ao híbrido 337, as produtividades embriogênicas foram 78.000, 80.000, 160.000, 90.000, 168.000 e 100.000 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares para as cepas B5D10-MD 1 , B5D10- MD 2 , B5D5-MD 1 , B5D5-MD 2 , B5D1-MD 1 e B5D1-MD 2 , respectivamente. Já para o híbrido 447, tais produtividades embriogênicas foram de 90.000, 92.000, 16.000 e 40.000 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares para as cepas B5D10-MD 1 , B5D10-MD 2 , B5D5-MD 1 e B5D5-MD 2 , respectivamente. A cepa B5D1, independentemente da concentração de macro e microelementos MS, não diferenciou embriões. Amostras de embriões somáticos tipo torpedo dos três genótipos foram tomadas para avaliação do desenvolvimento embriogênico, em curso no momento. Uma segunda avaliação de diferenciação embriogênica das cepas encontra-se em curso, no momento, para verificação do efeito da idade da cepa sobre o seu potencial embriogênico.Item Resistência de Coffea richardii a Leucoptera coffeella(2003) Matthiesen, Sílvia Chebabi; Ramiro, Daniel Alves; Guerreiro, Oliveiro; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO Instituto Agronômico de Campinas (IAC) realiza desde o início da década de oitenta pesquisas visando à obtenção de variedades de Coffea arabica resistentes ao bicho mineiro do cafeeiro (Leucoptera coffeella), principal praga da cultura. As plantas resistentes são obtidas através de cruzamentos convencionais seguidos de retrocruzamentos sucessivos para C. arabica, utilizando-se como fonte genética de resistência, as espécies diplóides Coffea racemosa e Coffea stenophylla, pertencentes ao Banco de Germoplasma do IAC. Nos últimos anos, o desenvolvimento da biologia molecular e a efetivação do projeto genoma café vêm fornecendo ferramentas para a utilização de outras fontes de resistência para o inseto, ampliando em importância as demais espécies do gênero Coffea, mantidas pelo IAC. Algumas espécies malgaches recentemente, introduzidas no Banco de Germoplasma apresentam especial interesse para o melhoramento genético, sobretudo em função da ausência de cafeína nas sementes. Neste trabalho procurou-se avaliar também a resistência ao bicho mineiro de plantas pertencentes a uma destas espécies. Foram testados 22 indivíduos da espécie C. richardii, mantidos em casa de vegetação. De cada planta retirou-se 3 folhas desenvolvidas, as quais foram fixadas pelo pecíolo em suporte de isopor para a infestação em gaiolas de criação do inseto, mantidas pelo IAC. Após a postura, foram cortados 3 discos de 1 cm de diâmetro por folha, cada qual contando com 3 ovos, mantidos em câmara úmida por 10 dias. A avaliação das lesões foi feita mediante a escala de pontos de 0 a 4, sendo 0 a ausência de penetração da lagarta no mesófilo foliar e 4 a lesão clássica causada pelo inseto em plantas suscetíveis. Como controle foram utilizadas folhas da cultivar Mundo Novo de C. arabica, suscetível ao bicho mineiro. Os resultados demonstraram que as plantas avaliadas são altamente resistentes à praga, sendo que 16 entre as 22, ou 73%, apresentaram uma nota média dos discos entre 0 e 1; as plantas restantes obtiveram notas médias entre 1 e 2, o que representa ausência de dano significativo e impedimento de desenvolvimento do inseto. Do total avaliado, 7 plantas obtiveram nota média igual a 0, ou seja, ausência de penetração da lagarta no interior da folha. As folhas da variedade utilizada como controle apresentaram nota média igual a 4. O tempo de eclosão das lagartas foi de 5 dias após a oviposição nas folhas de Mundo Novo, e 7 dias nas folhas de C. richardii.Item Correlações entre caracteres em café Conilon(2003) Fonseca, Aymbiré Francisco Almeida da; Sediyama, Tocio; Ferrão, Romário Gava; Ferrão, Maria Amélia Gava; Cruz, Cosme Damião; Sakiyama, Ney Sussumu; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO estudo de correlações é de relevante importância em programas de melhoramento genético, pois permite o conhecimento prévio da existência de associações entre caracteres, possibilitando, assim, efetuar seleção de forma indireta de características de difícil mensuração e/ou de baixa herdabilidade com base em caracteres mais facilmente avaliados e de alta herdabilidade. Com base nesses estudos é possível desconsiderar características redundantes e efetuar seleção precoce, levando, assim, a obtenção de resultados mais rápidos, com menor custo e maior eficiência. O objetivo do trabalho foi estimar os coeficientes de correlações fenotípica, genotípica e ambiental de sete caracteres em café Conilon. Oitenta genótipos do programa de melhoramento genético de café Conilon do Incaper foram avaliados, experimentalmente, por quatro anos (1989 a 1992), na Fazenda Experimental de Marilândia, município de Marilândia, ES, no delineamento blocos ao acaso com quatro repetições, parcelas de seis plantas e espaçamento de 3,0 x 1,5 m. Para este estudo foram efetuadas as análises de correlações genotípica, fenotípica e ambiental para número médio de haste/planta (NHP), diâmetro médio da copa (DMC), altura média de plantas (AMP), produção de grãos na primeira colheita (PG1), produção de grãos na segunda colheita (PG2), produção de grãos na terceira colheita (PG3), produção de grãos na quarta colheita (PG4) e produção média de grãos (PMG). As estimativas dessas correlações foram obtidas através do programa computacional GENES. A magnitude das correlações genotípicas tenderam a superar as das correlações fenotípicas, mostrando que os fatores genéticos tiveram maior influência que os de ambiente em mais de 60% dos casos. As correlações genotípicas apresentaram, em relação às ambientais, diferentes sinais para os caracteres NHP e PG1, PG3; PG4 e PMG; DMC e PG1; PG1 e PG4; e PG3 e PG4. Embora as correlações sejam de baixa magnitude, deve-se observar que a seleção indireta, baseada apenas nos coeficientes de correlações genotípicas, pode ser prejudicada pela ação diferencial do ambiente sobre as variáveis envolvidas. Observou-se significativa superioridade das estimativas de correlação ambiental em relação às demais para DMC com PG2, PG3, PG4 e PMG; e AMP com PG1, PG2, PG3, PG4 e PMG, indicando maior influência do ambiente nestas determinações. Os caracteres NHP, DMC e AMP apresentaram baixas estimativas de correlações com a maioria das características, indicando que devem ser mantidos no processo de avaliação, de seleção e em estudos de divergência genética. A PG1 apresentou correlações genotípica e fenotípica de baixa magnitude com PG3, PG4 e PMG. As correlações para as produções de grãos dos pares de anos 2 e 3, 2 e 4, e 3 e 4 apresentaram também correlações relativamente baixas, ao passo que a produção nestes anos apresentaram correlações genotípicas e fenotípicas elevadas com PMG, levando, assim, sugerir a possibilidade de se predizer o comportamento dos genótipos ao longo do tempo, utilizando-se os resultados obtidos a partir da segunda colheita. Contudo, observou-se que as correlações genotípicas e fenotípicas com PMG tendem à maior magnitude com as últimas produções, indicando que colheitas adicionais podem aumentar o nível de confiabilidade da predição do valor real.Item Efeitos da irrigação no crescimento e na produtividade de cafeeiros na região de Viçosa-MG(2003) Mudrik, Alexandre Silva; Soares, Adilson Rodrigues; Silva, Thiago Caetano da; Mantovani, Everardo Chartuni; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA irrigação já se enquadra como prática usual na cafeicultura brasileira, principalmente onde existem restrições hídricas ao pleno desenvolvimento da cultura. Atualmente nota-se uma grande demanda por informações conclusivas sobre a irrigação e as tecnologias que acompanham esta prática. O planejamento e a operação de um projeto de irrigação devem ser baseados em conhecimentos das inter-relações do sistema água-solo-planta- atmosfera e no manejo racional da irrigação, devendo ainda considerar os aspectos sociais e ecológicos da região. Por meio destas considerações pode-se maximizar a produtividade e a eficiência no uso da água, minimizar os custos de mão-de-obra, de capital e mantendo-se condições de umidade do solo favoráveis ao bom desenvolvimento da cultura irrigada. Novas tecnologias estão surgindo com o intuito de otimizar o uso da água e insumos, fatores determinantes para o incremento de produtividade de nossas lavouras. Dentro desse contexto a fertirrigação vem sendo estudada com o objetivo de fornecer aos agricultores o melhor aproveitamento de seu sistema de irrigação, reduzindo seus custos. Este trabalho teve por objetivo avaliar as diferenças de produtividade e crescimento vegetativo entre lavouras de café manejadas com utilização de irrigação e lavouras cafeeiras não irrigadas. Este experimento está sendo conduzido na Área de Observação e Pesquisa em Cafeicultura Irrigada, Fazenda Pélmio, no município de Viçosa, Minas Gerais, para avaliar os efeitos da irrigação na produção e crescimento vegetativo do cafeeiro. O experimento está implantado em cafeeiros de 3 anos de idade e constam de tratamentos não irrigados e irrigados por gotejamento. Os tratamentos são compostos por 10 plantas úteis em 3 repetições. As lâminas de irrigação foram calculadas através do software IRRIGA (SISDA), utilizando dados meteorológicos coletados em uma estação meteorológica automática instalada próxima ao local do experimento. As fertirrigações foram recomendadas a partir de resultados de análises de solo coletadas na área, e as demais técnicas de manejo da cultura foram realizadas de forma convencional.. Foram feitas avaliações do sistema de irrigação por gotejamento, a fim de verificar a uniformidade de distribuição de água. O delineamento experimental é o DIC (delineamento inteiramente casualizado), composto por 2 tratamentos com três repetições. Para a avaliação de produtividade foram colhidos os grãos das parcelas experimentais, secos a 12% de umidade, beneficiados e os valores convertidos para produtividade de café beneficiado (60 kg) por hectare. Para a determinação do crescimento vegetativo foram contados os números de entrenós gerados no ano de avaliação de quatro ramos plagiotrópicos por planta. As avaliações de produtividade foram realizadas, obtendo-se os valores de 87 e 54,8 sc/ha de café beneficiado para os tratamentos fertirrigados e não irrigados, respectivamente. Foram contados os números de entrenós para verificar o crescimento vegetativo, obtendo-se os valores médios de 12,23 e 9,73 entrenós para os tratamentos fertirrigados e não irrigados. O valor de uniformidade de distribuição (CUD) foi de 86 %. Comparando o mesmo com os valores recomendados por MERRIAM e KELLER (1978), pode-se classificá-lo como boa uniformidade. De acordo com os dados analisados acima pode-se concluir que a utilização da irrigação se mostra responsiva ao incremento de produtividade de cafeeiros, para tais condições. O bom valor de uniformidade de distribuição de água do sistema de irrigação por gotejamento mostra ser viável a prática da fertirrigação nessa condição.Item Resposta do cafeeiro à microcalagem com hidróxido de cálcio e uso de gesso agrícola(2003) Silva, Enilson de Barros; Senna, Juliano Ramos de; Milene, Cláudia Nascente; Guimarães, Paulo Tácito Gontijo; Nogueira, Francisco Dias; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA cafeicultura de Minas Gerais, encontra-se implantada basicamente em Latossolos que requerem o uso de corretivos e adubações intensivas pois são caracterizados por acidez elevada, baixa saturação por bases, alta saturação por alumínio. Esta adversidade é superada pela prática da calagem como corretivo e fonte de nutrientes (Ca e Mg). No entanto, altas doses de calcário aplicadas de um só vez ou também as calagens freqüentes, modificam abruptamente o balanço catiônico do solo, tornando-o inadequado ao desenvolvimento das plantas, ocasionando desordens fisiológicas e queda de produção. Realmente, desordens fisiológicas são visuais em cafezais que receberam elevada quantidade de calcário, sendo mais comum a clorose foliar típica de deficiência de Zn. O uso de gesso agrícola vem possibilitando a diminuição dos problemas gerados pela acidez subsuperficial e, em conseqüência, a exploração pelo sistema radicular das plantas de camadas mais profundas do solo, o que implica em maior aproveitamento de nutrientes no perfil e incluindo o fornecimento de enxofre e bases em profundidade, propiciando maior tolerância a déficit hídrico. O objetivo deste trabalho foi verificar a resposta do cafeeiro em produção de grãos submetido à microcalagem com hidróxido de cálcio e uso de gesso agrícola. Foi conduzido um experimento de campo na Fazenda Experimental da EPAMIG (MG) em Latossolo Vermelho distroférrico (pH em água - 5,8; P - 1; K - 42; S-SO4-2 - 1 mg dm-3; Ca - 1,1; Mg - 0,5; Al - 0,2 cmolc dm-3; V - 35%) de textura argilosa em São Sebastião do Paraíso. Usou-se, cafezal da espécie Coffea arabica, L. da cultivar Catuaí Vermelho IAC-99 com idade de três anos, com uma planta por cova no espaçamento 2,5 x 0,8 m. O delineamento experimental foi em blocos casualizados no esquema de fatorial 3 x 4 utilizando-se três níveis de gesso agrícola (G0 = 0, G1 = 875 e G2 = 1.750 kg ha-1) e quatro de níveis de hidróxido de cálcio (HC0 = 0, HC1 = 5,8, HC2 = 11,6 e HC3 = 17,4 kg ha-1) com quatro repetições. O hidróxido de cálcio foi aplicado com uma diluição de 1.500 L de água por ha no fundo do sulco, após o aterramento, sendo assim utilizou-se uma quantidade de 375 mL de água por metro linear. A parcela experimental foi constituída de três linhas de dez covas, formando um total de 30 covas por parcela, sendo considerada como parcela útil as oito covas centrais. A adubação fosfatada, foliar de B e Zn, controles fitossanitários e tratos culturais foram os recomendados para cultura do cafeeiro. Avaliações foram a produção de grãos de duas safras de 2001 e 2002. As variáveis estudadas foram submetidas à análise de variância. O ajuste do modelo de superfície de resposta para produção de grãos utilizando-se o procedimento Proc Reg do Statistical Analysis System (SAS) for Windows. Verificou-se pela análise da produção de grãos de café que houve diferença significativa somente para safra 2002 e média das safras 2001 e 2002, o que sugere um comportamento diferenciado da aplicação dos níveis de gesso agrícola e hidróxido de cálcio. A produção de grãos na safra 2002 em relação aos níveis de gesso e hidróxido de cálcio foi ajustada uma superfície de resposta linear (Y = 37,78 + 0,011675**G - 0,0179167**HC, R2 = 0,90) e quadrática para média das duas safras (Y = 18,87 + 0,0130286**G - 0,0000039**G2 - 0,0440517**HC, R2 = 0,99). Através de cálculos matemáticos obteve-se pelas equações ajustadas, a estimativa da produção máxima de 56 e 30 sacas ha-1, a qual foi obtida pela aplicação de 1.750 e 1.648 kg de gesso agrícola e 17,4 e 0 kg de hidróxido de cálcio por ha para safra 2002 e média das duas safras, respectivamente.Item Avaliação de caracteres relacionados à produção de grãos em progênies de cafeeiro (Coffea arabica L.) selecionadas em germoplasma resistente à ferrugem (Hemileia vastatrix Berk & Br.) no sul do estado de Minas Gerais(2003) Botelho, César Elias; Dias, Fábio Pereira; Raso, Bruno de Souza Monte; Mendes, Antônio Nazareno Guimarães; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféObjetivou-se neste trabalho avaliar caracteres relacionados à produção de progênies de cafeeiro, como a produtividade média de grãos nas primeiras três colheitas, o rendimento (relação "café da roça"/ café beneficiado) e o tamanho dos grãos, pela proporção de grãos mais graúdos ("peneira 16 acima"). Foram avaliadas 25 progênies de cafeeiros (Coffea arabica L.), na sua maioria resistentes à ferrugem (Hemileia vastatrix Berk & Br.), em Lavras, na região sul do Estado de Minas Gerais. O experimento foi instalado no Setor de Cafeicultura do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras - UFLA em fevereiro de 1998, no espaçamento de 4,0x0,8m, em sistema denominado renque mecanizado. As progênies resistentes à ferrugem foram selecionadas nas cultivares Icatu, Obatã, Catucaí, Tupi, Katipó, em germoplasma de Sarchimor e em populações resultantes dos cruzamentos Eparrey x Sarchimor, Acaiá x Catimor e Mundo Novo x Sarchimor. As progênies suscetíveis à ferrugem, consideradas testemunhas, foram selecionadas nas cultivares Catuaí, Topázio, Rubi, Acaiá e Mundo Novo. O delineamento experimental utilizado foi o de látice triplo 5x5, com parcelas de sete plantas, sendo consideradas como úteis para avaliação as três plantas centrais. As variáveis estudadas foram a porcentagem de grãos com peneira igual ou superior a 16, o rendimento "café da roça"/ café beneficiado e a produção em sacas beneficiadas ha -1 . A porcentagem de grãos com peneira igual ou superior a 16 e o rendimento "café da roça"/café beneficiado foram obtidos a partir de uma amostra de 2,5 kg de café colhido ("café da roça"), que foi seca em terreiro de concreto até atingir a umidade média de 11,5%. Já a produção de grãos foi determinada pela massa total produzida pela parcela experimental, ajustando seu rendimento para sacas de café beneficiado ha -1 utilizando-se os dados obtidos para a amostra de cada parcela e a população de plantas por hectare. Os dados são referentes às médias obtidas nas três primeiras colheitas (ano-safras 2000/2001, 2001/2002 e 2002/2003). O rendimento "café da roça"/café beneficiado não diferiu entre as progênies e foi em média de 4,9 (4,9 kg de "café da roça"/1,0 kg de café beneficiado). Já para a característica porcentagem de grãos com peneira igual ou superior a 16, observou-se que somente a progênie Mundo Novo x Sarchimor foi inferior às demais, com apenas 35% de peneira 16 acima, enquanto as demais progênies exibiram rendimento entre 55 e 80%. Para a variável produção de grãos as progênies Icatu Vermelho IAC-4045, Tupi IAC-1669-33, Mundo Novo x Sarchimor e Icatu IAC-4782 apresentaram valores inferiores às demais progênies avaliadas, com média entre 7,0 e 15,0 sacas de 60 kg de café beneficiado ha -1 . As demais progênies destacaram-se no grupo superior, diferindo estatisticamente daquelas mencionadas anteriormente, com média de produção entre 17,0 e 25,0 sacas de 60 kg de café beneficiado ha -1 nas primeiras três colheitas.Item Expressão de genes em ramos de café depauperado com a presença de Xylella fastidiosa(2003) Mehta, Angela; Oliveira, Angélica C. de; Eira, Mírian T. S.; Leite, Rui Pereira; Andrade, Alan Carvalho; Silva, Felipe R. da; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA cultura do café possui grande importância econômica para o Brasil por constituir um dos principais produtos de exportação do país. Os principais problemas relacionados à cultura do café são a ocorrência de estresses bióticos causados por pragas e doenças e estresses ambientais (hídrico, nutricional, etc). Recentemente, foi reportado o depauperamento de plantas de café causado por Xylella fastidiosa. Essa doença vem atingindo todas as regiões produtoras de café no país, causando perdas econômicas apreciáveis, principalmente para o estado de Minas Gerais que é um dos principais produtores desta cultura. O mecanismo de patogenicidade de Xylella fastidiosa ainda não é bem compreendido. A bactéria coloniza os vasos do xilema formando agregados que bloqueiam a passagem de água e nutrientes. Acredita-se que polissacarídeos e enzimas extracelulares tenham um papel importante na colonização dos vasos do xilema. Entretanto, os mecanismos de interação planta-patógeno não são conhecidos. Em 2001 foi iniciado um projeto para o sequenciamento de 200.000 ESTs de café em diferentes situações biológicas. O objetivo principal deste projeto é identificar genes que possam ser utilizados em programas de melhoramento da qualidade e competitividade do café. O presente trabalho teve por objetivo identificar genes expressos em plantas de café depauperadas com a presença de Xylella fastidiosa. Ramos de plantas de café apresentando os sintomas típicos relacionados a Xylella fastidiosa, como internodios curtos, presença de folhas pequenas em tufos, foram coletados. Uma análise preliminar em microscópio foi realizada para verificar a presença da bactéria nos feixes do xilema. Posteriormente, a presença de X. fastidiosa foi confirmada através de PCR utilizando DNA dos ramos e primers específicos para a bactéria. Uma biblioteca de cDNA foi construída a partir deste material vegetal e os resultados preliminares obtidos serão apresentados. Tentativas foram também realizadas para infiltrar a bactéria em radículas de café, uma vez que esta bactéria também já foi isolada de raízes de plantas depauperadas. A presença da bactéria nas radículas foi confirmada através de PCR com primers específicos 10 e 20 dias após a infiltração. Pretende-se analisar a expressão diferencial de radículas infiltradas e sadias na tentativa de se isolar genes relacionados a resposta da planta à presença de X. fastidiosa. Espera-se, com este projeto, que genes relacionados à interação de plantas de café com Xylella fastidiosa sejam identificados de maneira a contribuir em programas de melhoramento.Item Promoção de crescimento de Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre ex Froenher por bactérias endofíticas(2003) Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Pitta, Otávio P. L.; Pereira, Pollyana C.; Medina, Pilar X. L.; Campos, Maria Rita de Cássia; Silva, Daison Olzany; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféAs bactérias endofíticas colonizam os tecidos vegetais internos e não causam danos visíveis à planta. Entre outros efeitos benéficos, as bactérias endofíticas podem promover o crescimento da planta hospedeira em função da produção de reguladores de crescimento, do aumento da absorção de minerais por sideróforos ou da fixação de nitrogênio. O objetivo do presente trabalho foi demonstrar a promoção de crescimento em explantes da cultivar Catuaí Vermelho IAC-15 de Coffea arabica L. e em explantes da cultivar Apoatã de Coffea canephora Pierre ex Froenher por cinco isolados bacterianos (CL4, CL8, F7-4, F6 e SS110). Os isolados potencialmente endofíticos foram obtidos de caule e frutos cereja superficialmente esterilizados de Coffea arabica L. cv. Catuaí Vermelho, oriundos de Viçosa, Araponga, Serra do Salitre, MG e Londrina, PR. Os explantes, obtidos por embriogênese somática, a partir de explantes foliares, foram cedidos pelo Laboratório de Biotecnologia do Cafeeiro/Bioagro/UFV em duas categorias: explantes com segmento nodal contendo uma ou duas gemas (0,5 a 1,0 cm de altura) e explantes de ápice caulinar contendo três a quatro gemas axilares (1,0 a 2,0 cm de altura). Cada um dos cinco isolados bacterianos (suspensão em caldo nutriente contendo 10 7 a 10 8 UFC/mL) foi inoculado em um explante das duas categorias de Catuaí Vermelho e de Apoatã. Como controles, foram utilizados explantes não inoculados, explantes inoculados com caldo nutriente esterilizado ou explantes inoculados com suspensão bacteriana autoclavada. O total de 30 tratamentos foi disposto na câmara de crescimento em delineamento em blocos casualizados com quatro repetições a 25±2°C e fotoperíodo de 12h. Aos 24 e 52 dias após a inoculação, verificou-se que os isolados CL4, CL8, F7-4, F6 e SS110 promoveram o crescimento dos explantes de Catuaí Vermelho e de Apoatã, pois estes apresentaram desenvolvimento maior do que o dos respectivos controles. O fato de esses isolados obtidos de Catuaí Vermelho (C. arabica) terem colonizado explantes de Apoatã (C. canephora), indica que essa colonização não é espécie-específica. Além de promover o crescimento apical, os isolados promoveram a diferenciação de primórdios radiculares em alguns explantes. A rizogênese ocorreu também em um explante controle, no entanto, o desenvolvimento desse explante e o tamanho da raiz foram menores. Observou-se também que houve maior incidência de morte foliar entre os explantes controle do que entre os explantes colonizados pelas bactérias endofíticas. Estas bactérias apresentaram, portanto, potencial de uso como promotoras de crescimento na cultura de tecidos de café.Item Ácaros predadores em agroecossistema cafeeiro, variedade catucaí, município de Vitória da Conquista - Bahia(2003) Ribeiro, Ana Elizabete Lopes; Boaretto, Maria Aparecida Castellani; Gondim, Manoel G. C.; Nascimento, Maria de L.; Lemos, Odair Lacerda; Khouri, Camila Rodrigues; Silva, Katiane Santiago; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO objetivo deste trabalho foi identificar ácaros predadores em cafeeiros, bem como a sua relação com ovos, formas jovens e adultas de Brevipalpus phoenicis. Os estudos foram realizados em cultivo de cafeeiro variedade catucaí, localizado no campo agropecuário da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, campus de Vitória da Conquista, BA. Foram realizadas 29 amostragens, em intervalos quinzenais, durante o período de agosto de 2001 a setembro de 2002, coletando-se 12 folhas, 5 ramos e 20 frutos por planta, em 10 plantas ao acaso das 50 que compunham a área útil do experimento. O material coletado foi acondicionado em sacos de papel, identificado e transportado ao Laboratório de Entomologia da UESB. Neste, o material foi mantido em uma câmara climatizada tipo B.O D., com ajuste de temperatura de 12 º C, até o momento da contagem, feita com auxílio de um microscópio estereoscópio, observando-se as amostras (folhas, ramos e frutos) na sua totalidade. Os ácaros foram conservados em álcool 70% e posteriormente enviados ao Taxonomista Dr. Manoel Guedes Gondim Junior da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Foram examinados 188 exemplares e identificadas sete famílias, dez gêneros e quatro espécies de ácaros predadores. Dentre as famílias, Phytoseiidae foi a predominante (63,3%), seguida de Ascidae (22,3%), Cunaxidae (5,9%), Stigmaeidae (4,8%), Eupodidae (1,5%), Cheyletidae e Bdellidae (1,1%). Os gêneros e espécies identificadas foram: a) Phytoseiidae: Amblyseius herbicolus, Iphiseiodes zulugai, Euseius concordis e Leonseius regularis; b) Ascidae: Asca sp; c) Cunaxidae: Armascirus sp; d) Stigmaeidae: Agistemus sp; e) Eupodidae: Eupodes sp; f) Cheyletidae: Mexecheles sp e g) Bdellidae: Bdella sp. As espécies A.herbicolus,I.zulugai,E.concordis, L.regularis, Mexecheles sp e Agistemus sp são importantes predadores de B. phoenicis. Não houve influencia (influência) significativa de ácaros predadores na população de ovos de B. phoenicis; em contrapartida verificou-se correlação significativa negativa sobre as fases jovens e adultas de B. phoenicis. Os ácaros predadores estavam presentes em todos os órgãos da planta, sendo que nas folhas encontravam-se na face inferior, no interior da domáceas. Foram encontrados ácaros predadores em plantas oportunistas como Bidens pilosa.Item Alterações na bebida do café despolpado secado em terreiro de concreto, lama asfáltica, terra, leito suspenso e em secadores rotativos(2003) Borém, Flávio Meira; Reinato, Carlos Henrique Rodrigues; Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO presente estudo foi realizado no Pólo de Tecnologia em Pós-Colheita de Café, na Universidade Federal de Lavras, MG, e teve como objetivo avaliar a qualidade do café despolpado secado em terreiro de concreto, lama asfáltica, terra, leito suspenso e em secadores horizontais. Foram realizadas duas colheitas de cerca de 30.000 litros de café. Após a colheita sobre pano, o café foi abanado, lavado e separado em função de sua densidade. A porção formada pelo café cereja foi então descascada e submetida ao despolpamento por meio de fermentação em tanques apropriados por 24 horas. Foram realizadas duas comparações entre a qualidade do café secado em diferentes tipos de terreiro e secado em secador rotativo. Nas duas comparações, 240 litros do café despolpado foram distribuídos em terreiros de terra, lama asfáltica e concreto, com espessura de 5cm e no leito suspenso com espessura de 10cm. Todas as amostras de café permaneceram nos terreiros até o teor de 11% (b.u.) de umidade final. Simultaneamente, cerca de 12000 litros do café despolpado foram pré-secados em terreiro de concreto durante 3 dias e, em seguida, submetidos à secagem mecânica em dois secadores de 5000 litros. Em um secador a temperatura máxima atingida na massa de café foi de 40°C e no outro secador, 45°C. Na primeira comparação o controle da temperatura foi realizado com um termopar localizado a 350mm de profundidade. Na segunda comparação, o controle da temperatura foi realizado com o termômetro bimetálico localizado na parte externa do cilindro do secador. Nas secagens realizadas nos terreiros o café foi revolvido diariamente em intervalos de 40 minutos e as condições climáticas registradas por um termohigrógrafo. Para a avaliação da qualidade do café foi realizada análise sensorial do produto seco pela prova de xícara. As amostras secadas em terreiro de concreto, lama asfáltica e leito suspenso apresentaram bebida classificada como Mole, enquanto a amostra secada em terreiro de terra a bebida foi classificada como Dura. Observou-se uma manutenção da qualidade do café secado com temperatura de 40°C com o controle realizado com o termopar localizado a 350mm de profundidade. Neste caso, o café foi classificado como de bebida Mole. Nos demais testes de secagem, o café foi classificado como de bebida Dura. Ressalta-se que mesmo no teste em que a temperatura máxima na massa de 40°C controlada pelo termômetro bimetálico, a bebida foi Dura. Nestas condições de secagem, a temperatura atingida na massa de café é, na verdade, bem superior ao valor indicado pelo termômetro. Recomenda-se, para garantir a manutenção da qualidade do café despolpado, a instalação de termômetro com haste de pelo menos 300mm de comprimento e que a temperatura indicada por este termômetro não ultrapasse 40°C.Item Desenvolvimento de metodologia para o controle de Meloidogyne exigua em cafeeiro por produtos de origem fúngica(2003) Amaral, Daniel Rufino; Pantaleão, José Antônio; Oliveira, Denilson Ferreira de; Campos, Vicente Paulo; Nunes, Alexandro S.; Borges, Daniella I.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféOs nematóides parasitas de plantas, conhecidos como fitonematóides, causam grandes prejuízos à agricultura, correspondendo a um dos maiores problemas fitossanitários para culturas de importância econômica como o café. Estima-se que somente na safra de 1998/1999 o Brasil tenha perdido em torno de R$ 1 bilhão devido à atuação desses fitoparasitas nos cafezais brasileiros. Tendo como meta o desenvolvimento de nova metodologia de controle de fitonematóides, este trabalho foi realizado com o objetivo inicial de identificar filtrados fúngicos produtores de substâncias tóxicas a Meloidogyne exigua Goeldi, 1887, que é amplamente disseminado pelos cafezais brasileiros, principalmente no sul de Minas Gerais. Logo, vinte e quatro isolados fúngicos, obtidos de diferentes fontes, foram cultivados em meio de cultura líquido. As misturas resultantes foram filtradas, dando origem a líquidos que foram denominados filtrados fúngicos. Estes foram submetidos a testes in vitro com juvenis do segundo estádio (J2) de M. exigua, o que permitiu observar que aqueles provenientes de Fusarium moniliforme Shelden e Cylindrocarpon Magnusianum (Sacc.) Wollenw apresentavam consideráveis efeitos tóxicos sobre o referido nematóide. A seguir, os filtrados de ambos os fungos foram submetidos a testes in vivo com mudas de café (Coffea arabica L. cv Catuaí), de seis meses de idade. Para isso, foram inoculados cerca de 2000 ovos de M. exigua por planta e, logo em seguida, aplicaram-se 20 mL dos filtrados. O delineamento empregado para o experimento foi de blocos casualisados, com 6 repetições e três testemunhas: 1) planta sem inoculação de ovos; 2) planta com inoculação de ovos; 3) planta com inoculação de ovos e aplicação do nematicida comercial Aldicarbe. Após 90 dias avaliou-se o número de galhas por sistema radicular, o que permitiu observar que o filtrado produzido por F. moniliforme proporcionou os melhores resultados. Logo, conclui-se que os metabólitos do fungo apresentam potencial para emprego no controle de M. exigua em cafeeiros.Item Inclusão da casca de café na dieta de ovinos deslanados(2003) Townsend, Cláudio Ramalho; Magalhães, João Avelar; Costa, Newton de Lucena; Pereira, Ricardo Gomes de Araújo; Soares, João Paulo Guimarães; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA utilização de alimentos alternativos na dieta animal tem como principais objetivos reduzir os custos e incrementar a produtividade da atividade pecuária. Desta forma, os mais diversos tipos de resíduos ou subprodutos agro-industriais, quando empregados de forma racional, podem contribuir para tanto, como é o caso da casca de café. Nos últimos anos, a cafeicultura em Rondônia vem sendo bastante fomentada, sendo que no ano agrícola de 1995 foram colhidas 171.235 ton de café em coco, que, após o seu beneficiamento, resultaram em aproximadamente 86.000 ton de cascas, que, via de regra, são desprezadas, trazendo grandes perdas econômicas e ambientais. Como a grande maioria dos resíduos ou subprodutos das agroindústrias, a casca de café apresenta uma grande variabilidade na sua composição bromatológica; assim, foram encontradas oscilações de 6,8% a 17,3% para a proteína bruta (PB), 19,5% a 42,4% para fibra bruta (FB) e 2,3% a 6,0% para extrato etéreo (EE). As principais limitações da utilização da casca de café na alimentação animal são os elevados teores de lignina (36%) e a presença de fatores antinutricionais (cafeína, taninos e compostos fenólicos). No entanto, quando utilizada racionalmente, resulta em ganhos de produtividade e economicidade. Para avaliar o desempenho de ovinos deslanados em crescimento, alimentados com níveis crescentes de casca de café, conduziu-se um experimento em Porto Velho - RO, com delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos, representados pelos níveis de inclusão da casca de café de 0, 10, 20 e 30% em substituição ao capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.) cv. Cameroon e cinco repetições, representadas pelos animais. A casca de café continha 85,2; 11,3; 0,50 e 0,16% de MS, PB, Ca e P, respectivamente. A sua inclusão nadieta dos ovinos resultou em maiores (P> 0,01) ganhos de peso, 9,1; 18,8; 14,5 e 49,1 g/dia/animal, respectivamente, para os níveis de inclusão de 0, 10, 20 e 30%. O consumo médio dos animais alimentados com as rações contendo a casca foi 14,6% inferior ao dos alimentados exclusivamente com capim-elefante (53,7 x 62,9 g de MS/kg de PV 0,75 ).Item Avaliação inicial do crescimento de um cafezal em um solo de cerrado sob diferentes níveis de adubação e regimes hídricos(2003) Sanzonowicz, Cláudio; Toledo, Paulo Maurity dos Reis; Gomes, Antônio Carlos; Sampaio, João Batista Ramos; Maia, Thales Eduardo de G.; Guerra, Antônio Fernando; Rodrigues, Gustavo Costa; Nazareno, Rodrigo Barbosa; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO principal objetivo do presente trabalho é tentar definir qual a melhor dose de fertilizante (N, P e K) e a quantidade adequada de água para a produção de café em solos de cerrados. O experimento está instalado na Embrapa Cerrados, em Planaltina - DF, em um Latossolo Vermelho de textura argilosa, situado na latitude 15º34’30" S e longitude 47º42’30" W. Grw., a 1007 metros de altitude. O clima é caracterizado como tropical chuvoso de inverno seco. O cafezal foi instalado no dia 20 de novembro de 2000, utilizando-se a cultivar Rubi MG 1192 com o espaçamento de 2,80 por 0,50 m, identificando - se o plantio como adensado. as parcelas são formadas de três fileiras com dez plantas em cada uma. A área útil são as quatro plantas centrais da linha do meio da parcela. Os tratamentos foram compostos das seguintes doses: 50, 100, 250, 500 e 800 kg de N (uréia) por hectare; 50, 100, 200, 400 e 500 kg de P 2 O 5 (super fosfato triplo) por hectare e 50, 100, 250, 500 e 800 kg de K 2 O (cloreto de potássio) por hectare, num total de 15 tratamentos. No primeiro ano do experimento a adubação foi reduzida em 25% da dose total. Já no segundo e terceiro ano as doses foram reduzidas em 50%. Todas as adubações foram parceladas em quatro aplicações de cobertura. O sistema de irrigação utilizado é um pivô central com abrangência de 8,0 ha e raio molhado de 160 m. A área do pivô foi divida em quatro quadrantes diferenciando os regimes hídricos descritos a seguir: 1) irrigação durante todo o ano quando a tensão de água na camada de 10 cm atingir valores de 50 kPa. 2) após a colheita, impor um período de 30 dias sem a aplicação de água para atingir estresse hídrico e a seguir aplicar água seguindo o mesmo critério do item anterior. 3) após a colheita, impor um período de 60 dias sem a aplicação de água, para atingir um estresse hídrico mais severo e a seguir, aplicar água utilizando o mesmo critério descrito anteriormente. 4) após a colheita, esperar que a primeira chuva induza a floração e a seguir, manter as irrigações utilizando o mesmo critério descrito anteriormente. Cada quadrante comporta os quinze tratamentos com três repetições, totalizando 45 parcelas. Todo o experimento é constituído por 180 parcelas. O momento de irrigar é feito com base em sensores de umidade do tipo "ML2 ThetaProbe" instalados nas profundidades de 10, 30, 50 e 100 cm. O delineamento estatístico é definido por blocos ao acaso com 3 repetições. Estão sendo avaliadas a altura das plantas, o diâmetro de caule, o número total de ramos e o diâmetro da copa. Além dessas características 4 ramos na altura média da planta foram escolhidos para determinação de seu comprimento e do número total de nós. Nos tratamentos com N, os regimes hídricos não mostraram diferenças na altura de planta, no diâmetro de caule e no número total de ramos. No entanto, o diâmetro de copa aumentou no quadrante onde se aplica o estresse hídrico severo de 60 dias sem irrigar. O comprimento dos ramos e o número de nós por ramo também apresentaram médias mais elevadas nesse mesmo quadrante. As doses de N não promoveram diferenças na altura de planta, no diâmetro de caule e de copa e no comprimento dos ramos. Os cafeeiros não responderam a adubação fosfatada. Nenhuma das características analisadas mostrou diferença entre as médias obtidas nas avaliações. Nas parcelas adubadas com P, o regime hídrico expressou modificação apenas para o comprimento de ramos e para o número de nós por ramo, gerando os maiores valores nos quadrantes onde são induzidos estresses hídricos de 30 e 60 dias respectivamente. Nas plantas onde foi aplicado o K, o regime hídrico onde ocorre a irrigação depois da indução floral pela primeira chuva conferiu maiores médias para a altura de planta e para o número total de ramos. A área que sofreu o estresse hídrico de 60 dias apresentou valores mais elevados para o diâmetro de caule e de copa. As plantas não foram influenciadas pela adubação potássica, exceto no número total de ramos. A aplicação superficial da metade da dose de 500 kg de K 2 O por hectare na forma de KCl aumentou significativamente o número de nós por planta no tratamento que recebeu o estresse hídrico de 60 dias.Item Nutrição do cafeeiro arábica em função da densidade de plantas e da fertilização com NPK(2003) Prezotti, Luiz Carlos; Rocha, Aledir Cassiano da; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO adensamento de plantas nas lavouras de café foi um avanço tecnológico que vem trazendo como conseqüências mudanças no manejo da cultura, dentre as quais, nas recomendações de adubação. Neste contexto, antes do adensamento, predominavam as recomendações de adubação por cova, em que pequenas variações na população de plantas tinham pouca influência na quantidade de nutrientes a ser aplicada por hectare. Atualmente, com o aumento considerável da densidade de plantas por área, a simples multiplicação da quantidade de fertilizantes a ser aplicada por planta pelo número de plantas por área tornou-se inadequada, superestimando as recomendações. Esta relação não é verdadeira porque com o aumento da densidade, há redução da produção por planta, tanto na biomassa vegetativa (folhas, ramos, caule e raiz) como também na de frutos, em função da competição entre elas. Outro fator a ser considerado é o aumento da eficiência de recuperação de nutrientes pelas plantas em razão da maior densidade de raízes e da maior umidade do solo, proporcionada pela maior cobertura, contribuindo para a redução da quantidade de fertilizantes aplicadas à lavoura. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do cafeeiro arábica à aplicação de N (100, 300, 500 e 700 kg/ha), P (0, 60, 120 e 180 kg/ha de P2O5) e K (100, 300, 500 e 700 kg/ha de K2O), cultivados em diferentes densidades de plantio (3.333, 5.000, 10.000 e 20.000 plantas/ha). Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Experimental de Venda Nova do Imigrante/INCAPER, no Estado do Espírito Santo. Os resultados de cinco produções mostram que as maiores produtividade foram obtidas nas lavouras com espaçamento de 2m x 1m e 1m x 0,5m e que a resposta do cafeeiro às doses crescentes de N, P e K, nos diversos espaçamentos, foram pouco expressivas. Pequenos aumentos de produtividade foram observados para N e P. Efeitos ligeiramente depressivos foram constatados para K. Embora seja conhecida a baixa resposta do cafeeiro ao P, observou-se aumento médio de produção de 12%. A adição de K não proporcionou aumento de produção, mesmo com os solos possuindo teores iniciais de 76 a 100 mg/dm3 de K. Ressalta-se que o nível crítico de produção preconizado para a cultura do cafeeiro está na faixa de 200 mg/dm3 de K. Análises das diferentes formas de K, além da forma trocável poderia ser uma importante informação para explicar este comportamento, pois, alguns tipos de solos contêm minerais como as micas, que possuem K em sua estrutura em forma não disponível para as plantas. Com a redução da concentração de K na solução do solo, este nutriente pode ser liberado dessas estruturas, tornando-se então disponível e contribuindo para a nutrição das plantas. Para o cafeeiro, são comuns recomendações de N próximas a 300 kg/ha e indicação de teores foliares de 3 dag/kg de N como adequado. Entretanto, observou-se neste trabalho que a dose inicial de 100 kg/ha de N foi suficiente para atingir teores foliares médios de 3,1 dag/kg, mesmo nos experimentos com espaçamentos mais abertos. Ressalta-se aqui a necessidade de acrescentar, em trabalhos desta natureza, o tratamento sem a aplicação do elemento, para que seja possível a determinação do potencial de suprimento do solo e a correlação desta informação com outras variáveis que possivelmente poderiam influenciar a sua disponibilidade, como por exemplo, o teor de matéria orgânica do solo. O aumento do teor foliar de P somente foi significativo no tratamento com espaçamento de 2m x 0,5m (0,1 dag/kg para cada 100 kg de P2O5). Os teores foliares de K foram fortemente influenciados pelas doses de K2O, com acréscimos de até 0,17 dag/kg para cada 100 kg de K2O. Plantas submetidas ao sistema adensado de cultivo apresentaram maiores teores de P e K quando comparadas àquelas cultivadas em menores densidades. Uma possível explicação está na maior umidade do solo, proporcionada pelo maior sombreamento e pelo maior acúmulo de biomassa vegetal na superfície do solo, havendo maior difusão destes elementos, principalmente de P e, conseqüentemente, maior absorção pelas plantas. Caso este fato seja comprovado por outros trabalhos, ficará então evidenciada a necessidade de inclusão da variável "população de plantas" em estudos de determinação dos níveis críticos foliares destes elementos. Não foi observada variação do teor de N com o aumento da densidade de plantas. Observou-se que, mesmo nas parcelas onde não foi aplicado P, houve elevação de seu teor no solo, principalmente nas lavouras mais adensadas. Certamente este aumento é atribuído ao maior acúmulo de matéria orgânica na superfície do solo, contribuindo tanto no aspecto quantitativo do elemento quanto no fenômeno da solubilização do P por enzimas e ácidos orgânicos. Este mesmo argumento pode ser utilizado para explicar a influência da população de plantas sobre as características químicas do solo. Das variáveis analisadas, as que apresentaram maior tendência de variação foram o H+ Al, pH, Al e V.Item Fontes e doses de fósforo no desenvolvimento e produção do cafeeiro (Coffea arabica L.), em solo sob vegetação de cerrado do município de Patrocínio-MG(2003) Melo, Benjamim de; Marcuzzo, Karina Velini; Teodoro, Reges Eduardo Franco; Guimarães, Paulo Tácito Gontijo; Schincariol, Osmar; Rosa, Guilherme Juliano Braga da; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféOs solos originalmente sob vegetação de cerrado são muito intemperizados. Com o aumento do grau de intemperismo, há uma mudança gradual das características destes solos, tornando-os mais eletropositivos, diminuindo a saturação por bases e aumentando gradualmente a retenção de ânions, como o fosfato. Estes solos são, dessa forma, extremamente pobres em fósforo disponível. Nessas condições, a adubação fosfatada assume papel importante no sistema de produção cafeeira no cerrado. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de fontes e doses de P no desenvolvimento e produção do cafeeiro (Coffea arabica L.). O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da EPAMIG, em Patrocínio-MG, no período de janeiro de 2000 a julho de 2002. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com os tratamen-tos distribuídos em esquema fatorial 4 x 5, com quatro repetições; sendo os fatores: 4 fontes de P: fosfato de Araxá, termofosfato magnesiano (Yoorin master), fosfato de ARAD, superfosfato triplo e 5 doses de P, cor-respondentes a: 0; 125; 250; 500 e 1000 g de P2O5/m de sulco. A parcela foi constituída por uma linha com oito cafeeiros, sendo adotada como área útil as quatro plantas centrais. Utilizaram-se mudas da cultivar Acaiá Cerrado MG1474. Por ocasião da instalação do experimento foram realizadas uma aração, duas gradagens e calagem, com a aplicação de 2700 Kg de calcário dolomítico por ha, para elevar a saturação por bases para 60%. Em seguida, os sulcos foram abertos a uma distância de 3,5 m entre linhas, aplicando-se as diferentes fontes e doses de P, conforme os tratamentos considerados. O plantio foi realizado em 10/01/2000, a uma distância de 0,7 m entre plantas na linha. As plantas daninhas foram controladas com a aplicação de herbicidas pré-emergentes ao longo da linha de plantio, aliada a roçagens periódicas nas entrelinhas. O controle de pragas e doenças foi realizado sempre que necessário e baseado em amostragem geral no experimento. Aos trinta meses após o plantio foram avaliadas as seguintes características vegetativas: altura de planta, diâmetros de caule e de copa e número de internódios do ramo ortotrópico. Foi determinada, ainda, a produtividade do cafeeiro, em sc/ha e Kg/ha. Para todas as características foram realizadas análises de variância e as médias das cultivares foram comparadas através do Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade; para as doses de P realizou-se análise de regressão. Concluiu-se que o termofosfato magnesiano e o superfosfato triplo proporcionaram a maior produtividade do cafeeiro, aos trinta meses após o plantio; os maiores diâmetros de caule e de copa foram obtidos nas doses de 619 e 621 g de P2O5/m de sulco, respectivamente, independente da fonte de P; a maior produtividade do cafeeiro foi obtida com a aplicação de 572 g a 853 g de P2O5/m de sulco, em função da fonte de P utilizada.Item Unidades experimentais de cafeeiros sob sistema de produção orgânica no municipio de Heliodora, Minas Gerais(2003) Lima, Paulo César de; Moura, Waldênia de Melo; Pereira, Antônio Alves; Ribeiro, Poliane M.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO café sob sistema orgânico de produção representa 5% do segmento dos cafés especiais, e se desenvolve mais rapidamente, com um crescimento anual de 18% comparado com os 8 ou 9% para o restante do mercado de cafés especiais. Apesar disso, poucas pesquisas têm sido realizadas visando o desenvolvimento da cafeicultura orgânica. Neste sentido, desde o ano de 1999 a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), vem desenvolvendo unidades experimentais, visando o desenvolvimento de tecnologias para a produção de café sob cultivo orgânico. Esses trabalhos contam com a parceria de produtores de café, do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e do CNPq. Dentre essas unidades duas foram instaladas no ano de 2000 no município de Heliodora, MG, a 1.100 m de altitude, um sistema arborizado com bananeira e outro consorciado com leguminosas. Em cada unidade foram plantados quatro cultivares resistentes à ferrugem (Oeiras, Icatu Precoce, Obatã e Catucaí) com espaçamento de 2,8 a 0,5m, em deline-amento de blocos casualizados com quatro repetições. O número de plantas por parcela para o sistema consorciado foi de 74 plantas, enquanto que no sistema arborizado foi de 66 e 68, quando havia duas ou uma planta de bananeira na parcela, respectivamente. No sistema arborizado, utilizou-se bananeira espaçada a 12 m entre plantas, cultivadas na linha de cafeeiros, enquanto que no sistema consorciado as leguminosas foram cultivadas nas entrelinhas do cafezal. A formação de mudas e as adubações nas unidades experimentais foram baseadas nas recomendações da CFSEMG, utilizando-se de materiais permitidos para o cultivo orgânico. As conduções das unidades experimentais foram realizadas obedecendo às normas de certificação orgânica. As avaliações iniciaram após a primeira colheita, coletando-se dados de porte, vigor, maturação dos frutos, tamanho dos frutos incidência de doenças e pragas, produtividade e outras características agronômicas de interesse. Além disso, foram feitos acompanhamentos do estado nutricional das plantas, através de análises foliares e de solo. Em ambos sistemas de produção todas as cultivares mostraram-se bastante vigoro sas, com teores foliares de macro e micronutrientes dentro dos limites estabelecidos para a cultura. Também, observaram-se baixa incidência de ferrugem, cercosporiose, bicho mineiro e seca de ponteiros. De modo geral, todas as cultivares apresentaram maiores produções no sistema arborizado, destacando-se a cultivar Oeiras, sugerindo que neste sistema ocorreu uma maior precocidade na produção. No sistema consorciado, as cultivares mais promissoras foram Oeiras e Icatu Precoce. No entanto, por tratar-se de dados preliminares, ainda serão necessários o acompanhamento e avaliação destas unidades por um período de quatro colheitas.