Este trabalho teve como objetivo analisar historicamente o café da região sul de Minas Gerais. Consideramos objeto de estudo historiográfico obras literárias, documentos, textos de natureza jornalística, memorialística, biográfica, documental e didática. Outro método utilizado foi o quantitativo, além da história oral e a história de vida que suplementaram os documentos oficiais. Nosso objeto empírico de investigação foi a região sul de Minas Gerais e a temática de estudo o desenvolvimento histórico do café nesta região. Atentamos para o conceito de região e espaço, como construção, processo histórico concreto, portanto, atravessado pela temporalidade e nela interferente. A expansão do cafeeiro no sul mineiro fez surgir uma paisagem nova: a paisagem do café. Onde era mata virgem, apareceram as fezendas auto- suficientes, emoldurando o planalto; provocou o crescimento de muitas cidades e multiplicou as vias férreas, substituindo as trilhas onde predominavam as tropas de burros. As primeiras culturas de café no sul mineiro foram estabelecidas em Aiuruoca, Jacuí e Baependi, no vale do rio Sapucaí e rio Grande, em fins do século XVTII, por intermédio dos tropeiros que faziam a ligação da região com o Rio de Janeiro. O maior entrave à expansão da cafeicultura sul mineira foi a dificuldade de transportes. As vias de comunicação eram precárias e as distâncias a serem percorridas muito longas. Até o final do século XIX, a produção e exportação foram modestas frente a concorrência das áreas produtoras localizados mais próximos aos portos de embarque. O início do século XX trouxe uma nova dinâmica produtiva, graças às linha ferroviárias. O perfil produtivo mudaria somente na década de 1970 com o Plano de Renovação e Recuperação dos Cafezais, fomentado pelo IBC. O sul mineiro configura-se, atualmente, num modelo de complexo agroindustrial, apesar da maior parte de sua produção destinar-se à exportação. São 200 anos dessa cultura no sul mineiro, motivo maior que justifica a denominação de '^tradicional região cafeeira".
This piece of work had as an aim a historical analysis on coffee in the south of Minas Gerais region. We consider as objects ofhistorigraphic study, the literary works, documents, texts of nature journalistic, memorialistic, biographical, documental and educational. Another method used was the quantitative one, besides the spoken history and the history of life that have completed the main documents. Our empiric aim of investigation was the south region of Minas Gerais and the theme of study, the historical development of coffee in this region. We call attention to the concept of region and space as building, concrete historical process, therefore, crossed by time and interfering on it. The expansion of the coffee grower in the south of Minas Gerais caused a new scene to appear - the coffee scene. Where there was virgin forest, the self- sufficient farms appeared, giving new frame to the region. It provoked the rising of many towns. It multiplied the railways, which carne to substitute the tracks made by donkeys. The fírst coffee crops of south Minas Gerais were established in Aiuruoca, Jacui and Baependi, in the Rios Sapucaí and Grande valleys in the late 18a1 century, through the merchants who travelled on horseback joining the south of Minas Gerais to Rio de Janeiro. The greatest difficulty to the expansion of coffee crop in the south of Minas Gerais concemed means of transportation. The means of communication were very precarious and the distances very long. Until the end of the 19a1 century, production and expoitation was small because of other áreas of production which were nearer to the harbors of shipment. The beginning ofthe 20a1 century brought a new productive dynamism due to of the railways. The productive performance would change only in the 70's with the Plan of Renewing and Recovering of coffee crops, supplied by IBC. The south of Minas Gerais is nowadays a standard of commodities system approach, despite the fect that the greatest part of its production is exported. These last two hundred years of coífee related activities make the region deserving to be referredto as a "traditional coffee region".