O Brasil é o maior produtor mundial de café, com uma produção estimada em 43,5 milhões de sacas beneficiadas na safra 2011, uma vez que, o processamento do café gera grandes quantidades de resíduos sólidos, e também, esses resíduos podem proporcionar problemas ambientais, torna-se de grande importância o estudo de alternativas de utilização desses materiais, sendo assim, objetivou-se nesse experimento caracterizar cinco tipos de resíduos do benefício de café e avaliar seu valor como fertilizante potássico, estudando a liberação do nutriente. O experimento foi realizado em colunas com solo, em casa de vegetação, na Faculdade de Ciências Agronômicas Botucatu (SP). Foi utilizada a camada superficial (0-20 cm) de um Latossolo Vermelho distroférrico de textura média. Os materiais estudados foram cinco tipos de resíduos do benefício de café, sendo eles, a casca do café cereja despolpado, casca do café “boia” separado no lavador, casca do café “natural” seco em coco sem passagem pelo lavador, casca de café um ano compostada e casca de café enriquecida e compostada por três anos. Os resíduos foram aplicadas sobre o solo das colunas em quatro doses baseadas no teor total de potássio de cada material com testemunhas sem e com aplicação de fertilizante potássico mineral em quantidade equivalente à 300 kg ha -1 de K2O. O experimento foi conduzido pelo período de 10 meses. A água percolada foi coletada semanalmente e foram analisados pH, condutividade elétrica e K. Ao término do ensaio foram coletadas amostras de solo e analisados os teores de K nas diferentes profundidades do solo das colunas. Paralelamente ao ensaio foram confeccionados sacos de nylon para avaliar as alterações dos cinco tipos de resíduos do benefício de café utilizando o método do litterbag. Foram realizadas amostragens dos sacos com resíduos, aos 15, 30, 45, 90, 150, 210 e 300 dias e analisado potássio total, potássio solúvel em água, carbono e nitrogênio total, fenóis totais, pH, condutividade elétrica, celulose, hemicelulose e lignina. Diferentes preparos dos resíduos do benefício de café resulta em características distintas em relação aos teores de potássio, nitrogênio, carbono, celulose, hemicelulose, lignina, fenóis totais, pH e condutividade elétrica. A liberação de K é alta (acima de 90%), mas independe da constituição ou tipo de resíduo do benefício de café que, assim, poderiam ser utilizados como substituto do fertilizante mineral. A aplicação de K na forma de resíduos do benefício de café não evita perdas por lixiviação. O resíduo enriquecido e compostado com gesso, a casca do café cereja e a casca do café natural seco em coco proporcionam lixiviação maior que aquela observada com aplicação de fertilizante potássico mineral.
Brazil is the world’s largest coffee producer. The estimated production in 2011 was 2.6 million tons of coffee beans, si nce the coffee processing generates large amounts of solid waste, and also, these resi dues can provide environmental problems, the study of coffee processing residues has great social, economic and environmental importance. The aim of the experiment was characterize fi ve types of coffee processi ng residues and assess its value as a potassium fertilizer, studying the nutrient release. The experiment was carried out in columns with soil in a greenhouse at Agricultural Sciences College – UNESP - Botucatu – SP. The surface layer (0-20 cm) of a medium texture of an Oxisol was used. Five types of coffee pro cessing residues were studied, which were the coffee cherry husk, the “float” coffee husk, the natural c offee husk, one year composted coffee husk and three years enrich ed and composted coffee husk. Four rates of residues were applied on the column’s considering the total potassium content and two controls with and wi thout mineral potassi um were used. The experiment was conducted for 10 months. The leached was collected every week and pH, K, and EC was an alyzed. Soil samples were collected in the end of the period and K was analyzed in four layers. In parallel were made litterbags to assess the changes of the five types of coffee proce ssing residues during the 10 months. The husks were sampled at 15, 45, 90, 150, 210 and 300 days . The samples were analyzed to total potassium, water soluble potassium, total ca rbon and total nitrogen, total phenols, pH, electrical conductivity, cellulose, hemicellulose and lignin. Coffee processing residues have different characteristics in relation to levels of potassium, nitrogen, carbon, cellulose, hemicellulose, lignin, total phenolic, pH and electrical conductivity, depending on their pre paration. The release of K is high (above 90%) for all five residues. I ndependently of the constitution or type of residue the mineral fertilizer can be replaced by coffee processing residue. The use of coffee processing resi dues as K source does not prevent losses by leaching. The coffee husk enriched with gypsum, the coffee ch erry husk and natural coffee husk provide leaching greater than th at observed with application of KCL. Keywords: Coffee husk, coffee hulls, re sidues, composting, potassium.