Resumo:
Visando tornar à detecção de fraudes do café torrado e moído menos subjetiva que as abordagens tradicionalmente empregadas - microscopia e análise sensorial investigou-se o potencial da espectroscopia de infravermelho próximo (NIR) com a quimiometria como ferramenta para o controle de qualidade do café. A escolha da técnica deveu-se ao fato desta ser rápida, simples, repetitiva, sustentável, pela observância de preceitos da química verde, já que preserva a amostra não exigindo preparo, possibilitando atender desta forma, à demanda de mercado pela crescente valorização do segmento de cafés especiais. Para isso, buscou-se inicialmente determinar um perfil de café de qualidade, selecionando-se amostras premiadas pela sua bebida dos Concursos Café Qualidade Paraná de 2012 e 2013. Após a coleta, os grãos torrados foram moídos em moinho, enquanto os grãos crus necessitaram o uso de nitrogênio líquido como agente refrigerante. As amostras pulverizadas foram peneiradas e, suas umidades determinadas por termobalança de infravermelho. As amostras dos adulterantes foram torradas de forma visual, até ao ponto que não pudessem ser distinguidas das amostras de café torrado. Para obtenção dos espectros NIR, 2,5 g de amostra foram adicionados à célula de quartzo do tipo spinning, procedendo-se a aquisição dos dados espectrais em espectrômetro NIR e a criação de um banco de dados para cada tipo de amostra. Os espectros NIR foram tratados por quimiometria, sem nenhum pré-processamento matemático. A análise multivariada permitiu a correlação das amostras premiadas com sua classificação sensorial, pelo posicionamento próximo no plano bidimensional gerado pela análise de componentes principais (ACP). Os espectros NIR possibilitaram ainda, a distinção entre os cafés premiados pela boa qualidade sensorial crus e torrados, separando-os dos de qualidade inferior desclassificados, bem como dos adulterantes e dos cafés comerciais.