Nas regiões tropicais, onde se cultiva o café, podem ocorrer ocasionais noites frias, com temperaturas abaixo de 10oC durante uma ou duas horas. A fim de comparar dois cultivares de cafeeiro e investigar os efeitos de exposições a baixas temperaturas por seis horas consecutivas ou por duas horas, em diferentes partes da noite sobre cafeeiros, submeteu-se plantas de Coffea canephora Pierre cv. Conilon (linhagem 81.11, clone 29) e C. arabica L. cv. Catuaí Vermelho (UFV 2144, linhagem 2077-2-5 44) a estresse por frio. Foram cinco os tratamentos: controle (1); exposição a 8 ± 1oC por seis horas consecutivas, durante uma única noite (2); exposição por duas horas a 8 ± 1oC no início (3); no meio; (4) e no fim (5) de três noites consecutivas. Não houve efeito sobre os valores das taxas fotossintéticas líquidas, transpiratórias e de condutância estomática. A espessura
das lâminas foliares das plantas de C. canephora Pierre cv. Conilon quando expostas a baixa temperatura no início, meio ou fim de noite aumentou, mas no caso da exposição por seis horas consecutivas, durante uma única noite, não houve modificação. O aumento na espessura foi explicado apenas por alterações nos tecidos parenquimáticos. Comparando-se os dois cultivares de cafeeiro, verificou-se que as plantas de C. arabica L. cv. Catuaí Vermelho, independente do tratamento, apresentaram taxas fotossintéticas, transpiratórias e de condutância estomática bem menores do que as plantas do cultivar Conilon, e médias maiores de emissão de fluorescência inicial. A menor eficiência do sistema antena das plantas de Catuaí Vermelho, quando comparadas com as de Conilon, se refletiu nas baixas taxas de fotossíntese líquida, transpiratória e de condutância estomática. As plantas de Catuaí Vermelho apresentam, em corte paradérmico, células epidérmicas com contorno sinuoso e maiores do que as presentes nas lâminas foliares das plantas de Conilon. Além disso as plantas de Catuaí Vermelho apresentam estômatos predominantemente paracíticos na epiderme foliar, enquanto as plantas de Conilon apresentam maior número de estômatos e tendência ao tipo actinocítico.
In tropical regions where coffee is grown, low night temperatures below 10oC lasting up to two hours can occasionally occur. The objective of this study was to compare the effects on two coffee cultivars of exposure to low temperatures during six consecutive hours or during two hours, in different parts of the night. Coffea canephora cv. Conilon (lineage 81.11, clone 29) and C. arabica cv. Catuaí Vermelho (UFV 2144, lineage 2077-2-544) were subjected to chilling stress under five treatments:
control; exposure to 8 ± 1oC for six consecutive hours during one night and three treatments of two hours exposure to 8 ± 1oC in the beginning, middle and end of three consecutive nights. There was no effect on the values of net photosyntesis, transpiration and stomatal conductance rates. Leaf thickness of the Conilon plants increased following low temperature in the beginning, middle and end of the night; however, there was no change following six consecutive hours exposure. The increase in leaf thickness was explained only by alterations in the parenchyma tissues. Catuaí plants presented lower rates of net photosynthesis, transpiration and stomatal conductance than Conilon plants as well as higher initial fluorescence emission averages, regardless of treatment. The lower antenna system efficiency of Catuaí plants was reflected in the low rates of net photosynthesis, transpiration and stomatal conductance. In paradermal sections, Catuaí epidermal cells are sinuous in outline and larger than those of Conilon. Also, Catuaí stomata are predominantly paracytic while Conilon stomata are more numerous tending to an actinocytic type.