A atividade cafeeira foi, ao longo do tempo, a principal fonte de receitas cambiais do Brasil. Aos poucos, foi suplantada por setores industriais e, apenas nos anos 80, pelo complexo agroindustrial da soja. Em 1995, as exportações do segmento cafeeiro responderam por 5,22% do valor total, exportado pelo País. Por ser uma atividade, em grande parte, voltada ao mercado externo, o complexo exportador de café em grão e de café solúvel é afetado pelas alterações, nas regras no mercado internacional do café, e também pelas práticas protecionistas de alguns países consumidores. Está, ainda, exposto aos padrões de consumo externo e à prática competitiva das grandes corporações internacionais, que dominam os mercados da Europa e dos EUA. Este estudo pretende analisar a estrutura e a conduta das empresas exportadoras de café em grão e de café solúvel, buscando um maior entendimento a respeito dos indicadores de desempenho do mercado cafeeiro. Utilizaram-se medidas de estrutura, especialmente as de concentração, como os índices parciais, relacionados com as quatro e as oito maiores empresas
exportadoras de café em grão e de café solúvel, e o índice de Herfindahl-Hirschman. A análise desses índices mostrou que as empresas exportadoras de café em grão configuram uma estrutura pouco concentrada. Já as que exportam o café solubilizado formaram mercado mais concentrado. Paralelamente, nos dois mercados, houve a presença de intensa modificação de posição entre as empresas, evidenciando uma possível desorganização do setor. Os indicadores de desempenho, mais precisamente, as parcelas relativas do exportador, do produtor e do atacadista estrangeiro, para ambos os produtos, mostraram que o
segmento mais afetado foi o do exportador brasileiro, que presenciou, durante o período analisado, persistente perda de participação. Alguns aspectos da conduta das empresas, no mercado exportador de café, podem ser ressaltados, como a verticalização de produção, promovida por algumas cooperativas produtoras de café, bem como o início de contratos de transferência tecnológica para as indústrias de café solúvel. Conclui-se que o segmento exportador de café, no Brasil, ressente-se de um maior comprometimento de seus agentes econômicos, no tocante à busca de competitividade. Esta busca inclui maiores investimentos nos processos produtivos, de gerenciamento e de estratégias, em nível das empresas exportadoras, visando à obtenção de economias de escala. Além disso, faz-se necessário implementar campanhas publicitárias institucionais, ou não, que colaborem na conquista de novos nichos de mercado e que fortaleçam o produto brasileiro, nos mercados já estabelecidos anteriormente.
Coffee production was, for a long time, the main source of foreing exchange in Brazil. It was gradually superseded by industry and, as early as in the 80’s, by the complex of soybean production and industrial processing. In 1995, coffee exports accounted for 5,22% of Brazil’s global exports. Because it is an activity mostly aimed at the external market, coffee exporting complex, both in grain and instant coffee, is affected by changes in the regulations of coffee international market and also by the protectionism of some consumer countries. It is also exposed to the standards of the external market and to the competitive practice of the big international corporations which dominate the market in Europe and the USA. This study analyses the structure and conduct of companies exporting coffee grain and instant coffee, in an attempt to better understand the indicators of perfomance in coffee market. Structure measurements (chiefly those of concentration) such as partial indexes related to the four and eight biggest
export companies of coffee grain and instant coffee, and the Herfindahl-Hirschman index were employed. The analysis those
indexes revealed that companies which export coffee grain make up a little concentrated structure. Conversely, those exporting solubilized coffee made up a more concentrated market. Parallel to this, both markets showed an intense shift in the relative position of the companies, highlighting a possible disorganization of the sector. Performance indicators, more precisely the relative share of the exporter, producer, and foreing wholesaler, concerning both products, showed the brazilian exporter as the worse hit segment, witnessing a persistent fall in participation during the observational period. Some features of companies
conduct, as refers to coffee exports, may be emphasized, such as the vertical approach towards production promoted by some coffee cooperatives, as well as the onset of technology transference contracts for instant coffee industries. It may be concluded that the coffee export segment, in Brazil, suffers from a lack of bigger commitment of economical agents, as refers to the search for compettiveness. This search includes more investment in production processes, management and strategies of export companies, aiming at economy of scale. Furthermore, marketing campaigns aiming at the conquest of new niches and the
strengthening of the brazilian product in previously conquered markets are deemed necessary.