A aplicação de ácido salicílico em plantas pode induzir resistência a muitos estresses abióticos e bióticos. Entretanto, pouco se sabe sobre o potencial desse biorregulador no controle de patógenos do cafeeiro. Assim, conduzimos experimentos para avaliar o efeito da aplicação de ácido salicílico (AS) no controle de doenças foliares e Meloidogyne exigua em plantas de café. O primeiro experimento foi conduzido em uma plantação de café de sete anos de idade para avaliar o efeito da aplicação foliar de AS (150 mg.L -1 ) sobre doenças foliares de ocorrência natural, em comparação com hidróxido de cobre (2 kg.ha -1 ), uma combinação de fungicidas protetores e sistêmicos (tratamento químico padrão) e o controle não-tratado. Cinco aplicações mensais foram realizadas entre Novembro de 2016 a Março de 2017. Avaliações de incidência e severidade de ferrugem (Hemileia vastatrix) e mancha de Ascochyta (Ascochyta coffeae) foram feitas mensalmente. A atividade da catalase, ascorbato peroxidase, superóxido dismutase e proteínas totais foi avaliado três vezes durante o experimento. A aplicação de AS reduziu ferrugem e mancha de Ascochyta em 40 e 37%, respectivamente, com taxas de redução de doença similares àquelas obtidas com o fungicida protetor hidróxido de cobre. As maiores reduções dessas doenças foram alcançadas com a mistura de fungicidas, enquanto que as maiores incidências e severidades das doenças foram observadas em plantas não-tratadas. O AS influenciou positivamente as concentrações de enzimas antioxidantes em relação aos outros tratamentos. O segundo experimento foi conduzido em casa de vegetação com o objetivo de estudar o efeito do AS sobre M. exigua. Os seguintes tratamentos foram usados: ácido salicílico (150 mg.L -1 ), ácido salicílico (150 mg.L -1 ) + fluensulfona (0.192 g.planta -1 ), fluensulfona (0.192 g.planta -1 ), controle não-tratado e inoculado com nematoide e controle não-tratado sem nematoide. Plantas de café foram inoculadas com 5000 ovos de M. exigua e foram cultivadas por 95 dias em vasos plásticos de 2 L de capacidade. Três aplicações de AS foram feitas aos 5, 20 e 45 dias após o transplante das plântulas. Aos 46 dias, as enzimas catalase, ascorbato peroxidase e superóxido dismutase foram avaliadas. O ácido salicílico reduziu o número de ovos do nematoides em comparação com a testemunha inoculada. Plantas tratadas com fluensulfona apresentaram sintomas de fitotoxicidade, o que refletiu na concentração das enzimas antioxidantes. Nenhuma diferença foi observada nos níveis das enzimas em plantas tratadas com AS e os controles, provavelmente devido a um estresse hídrico ocorrido durante o experimento.
The application of salicylic acid on plants may induce resistance to many abiotic and biotic stresses. However, little is known about the potential of this bioregulator on controlling pathogens in coffee plants. Thus, we carried out experiments to assess the effect of the application of salicylic acid (SA) on the control of foliar diseases and Meloidogyne exigua in coffee plants. The first experiment was carried out in a seven-year-old coffee plantation to evaluate the effect of foliar application of SA (150 mg.L -1 ) on naturally occurring foliar diseases, in comparison to copper hydroxide (2 kg.ha -1 ), a combination of systemic and protectant fungicides (standard chemical treatment) and a non-treated control. Five monthly applications were performed from November 2016 to March 2017. Evaluations of incidence and severity of rust (Hemileia vastatrix) and Ascochyta leaf spot (Ascochyta coffeae) were done at monthly basis. The content of catalase, ascorbate peroxidase, superoxide dismutase and total proteins were assessed three times during the experiment. The application of SA reduced rust and Ascochyta leaf spot by 40% and 37%, respectively, with rates of disease reduction similar to those obtained with the protectant fungicide copper hydroxide. Higher reduction of these diseases was achieved the fungicide mixture, whereas higher incidence and severity was observed in the non-treated plants. The salicylic acid positively influenced the antioxidant enzyme concentrations in relation to the other treatments. The second experiment was carried out in greenhouse with the objective of studying the effect of SA on M. exigua. The following treatments were used: salicylic acid (150 mg.L -1 ), salicylic acid (150 mg.L -1 ) + fluensulfone (0.192 g.plant -1 ), fluensulfone (0.192 g.plant -1 ), non-treated control inoculated with nematode and non-treated control without nematode. Coffee plants were inoculated with 5,000 M. exigua eggs and grown for 95 days in 2-L plastic pots. Three applications of SA were made at 5, 20 and 45 days after transplanting the seedlings. At 46 days, the enzymes catalase, ascorbate peroxidase and superoxide dismutase were evaluated. Salicylic acid reduced the number of eggs compared to the inoculated control. Plants treated with fluensulfone showed phytotoxicity symptoms, which reflected the concentrations of antioxidant enzymes. No difference was observed in the enzyme levels in plants treated with AS and the controls, probably due to a water stress during the experiment.