Teses e Dissertações

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    Desenvolvimento vegetativo de cafeeiros cultivados sob estresses térmico e hídrico
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-23) Carvalho, Maria Antônia Santos de; Pedrosa, Adriene Woods; Ferreira, Williams Pinto Marques; Ribeiro, Marcelo de Freitas; Picoli, Edgard Augusto de Toledo
    O recente relatório do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) destacou os riscos iminentes do aumento da temperatura global. As alterações causadas por esse fenômeno têm efeito na ocorrência e distribuição de chuvas, o que poderá afetar diretamente os campos de produção agrícola. Em especial, tem-se a espécie Coffea arabica L., que apresenta aptidão agrícola para regiões com temperaturas médias amenas e necessidade de adequada disponibilidade hídrica, podendo, assim, perder locais de produção, que atualmente são aptos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento vegetativo e estado nutricional de três cultivares de C. arabica, submetidas aos estresses hídrico e térmico (baseado nos cenários do IPCC) em ambiente protegido, sendo elas, MGS Paraíso 2, Catucaiam 24137 e Catucaí Amarelo 2SL, com a finalidade de reunir informações sobre seus desempenhos diante das mudanças climáticas. Para isso, duas condições de temperatura foram consideradas: estufa ambiente (temperatura mais próxima do ambiente natural externo) e estufa ambiente + 3 °C (3 °C a mais que a estufa ambiente). Em cada estufa foi instalado um experimento em delineamento de blocos casualizados, em esquema de parcelas subdivididas 3 x 2, com as três cultivares mencionadas e dois níveis de estresse hídrico (com e sem estresse). Os resultados mostraram que o crescimento das cultivares foi prejudicado pelo estresse hídrico, com redução da altura da planta, diâmetro do caule, número de nós do ramo ortotrópico, número de nós nos ramos plagiotrópicos e número de ramos plagiotrópicos, índice SPAD, área foliar e produção de matéria seca. Os resultados também evidenciaram que o aumento da temperatura pode intensificar o efeito do estresse hídrico. Além disso, o estresse térmico também contribuiu com redução do crescimento radicular e do índice SPAD. Destaca-se que, em resposta aos dois estresses, ocorreu um aumento da concentração foliar de N e redução foliar de Ca e de micronutrientes como, B, Fe e Mn em resposta ao estresse hídrico. A concentração foliar do K permaneceu inalterada. Palavras-chave: Coffea arabica L.; Cultivares; Estresse abiótico; Crescimento vegetal; Estado nutricional.
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    Respostas fisiológicas e morfológicas de cultivares de café arábica à compactação do solo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-05-31) Ramos, Elísia Gomes; Oliveira, Teógenes Senna de; Neves, Júlio Cesar Lima
    A compactação causada pela mecanização afeta a qualidade do solo e consequentemente o desenvolvimento das culturas, alterando a morfologia e fisiologia das mesmas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de cinco graus de compactação do solo na fisiologia e morfologia de diferentes cultivares de café. O experimento foi realizado em casa de vegetação, com delineamento de blocos casualizados em arranjo fatorial 5 x 5, sendo cinco cultivares de café e cinco graus de compactação, com quatro repetições, totalizando 100 unidades experimentais. As cultivares utilizadas foram Arara, Catuaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Mundo Novo e Paraíso, e os graus de compactação foram 68, 74, 80, 86 e 92%. No ensaio experimental foram avaliadas as seguintes variáveis: altura das plantas; diâmetro do ramo ortotrópico; número de folhas e de entre-nós; massa úmida e massa seca das raízes e da parte aérea; área foliar; comprimento, área de superfície e volume das raízes; diâmetro de raízes finas e grossas e trocas gasosas (condutância estomática, transpiração, fotossíntese e concentração interna de CO 2 ). Os resultados obtidos mostraram que os altos graus de compactação, acima de 80%, afetaram negativamente a maioria das variáveis; a cultivar Catuaí Vermelho apresentou pior desempenho independente do grau de compactação, enquanto o Arara e o Paraíso foram os mais resistentes ao solo compactado. A estrutura anatômica das raízes foi modificada com a compactação do solo, não sendo observado diferenças entre as cultivares. Palavras-chave: Coffea arabica L. Compactação. Morfologia. Fisiologia
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    Dinâmica temporal de índices de vegetação e elementos meteorológicos no café conilon
    (Universidade Federal do Espírito Santo, 2015-07-24) Mota, Fabrício Moulin; Partelli, Fábio Luiz; Santos, Alexandre Rosa dos
    A técnica de sensoriamento remoto, com o uso de dados de estações meteorológicas, vem sendo muito estudadas para a obtenção da informação a respeito da vegetação. Destacando-se os índices de vegetação, por meio destes índices são possíveis obter informações a respeito da biomassa verde e dos parâmetros de crescimento e desenvolvimento da vegetação. O objetivo da pesquisa foi analisar a dinâmica da vegetação representativa de alvos agrícolas (café conilon) de uma região do município de São Mateus, ES, a partir de índices de vegetação gerados pelo sensor MODIS – TERRA e sua relação com dados meteorológicos, durante o período de 2007 a 2014. Foram utilizados dados de imagens de séries temporais de índices de vegetação de NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) e EVI (Enhanced Vegetation Index) do sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer), e dados da estação automática A616 do INMET referente ao período de 2007 a 2014. O NDVI e EVI podem ser influenciados pelas variáveis meteorológicas. O comportamento típico de cada índice em cada período foi diferente. As varáveis meteorológicas e o EVI e NDVI podem ser considerados um indicador sensível para se avaliarem os efeitos da fenologia da cultura. As variáveis meteorológicas relacionadas com o NDVI e EVI apresentaram resultados promissores para a utilização como indicador analítico da vegetação.
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    Manejo da umidade do solo por reflectometria no domínio do tempo em clones de cafeeiro conilon
    (Universidade Federal do Espírito Santo, 2019-02-26) Ribeiro, Wilian Rodrigues; Reis, Edvaldo Fialho dos
    A cafeicultura é a principal atividade agrícola do Estado do Espírito Santo, e o déficit hídrico tem sido o fator ambiental que mais vem limitando a produção. Para compreender o papel do déficit hídrico e gerar bases de conhecimento que possibilitem extrair o potencial máximo das culturas, aliado utilização racional dos recursos hídricos, objetivou-se neste experimento analisar o crescimento inicial cafeeiro conilon (Coffea canephora), cultivar Jequitibá Incaper ES8122, em função de diferentes tensões de água no solo e dias após indução de regimes hídricos, realizando o monitoramento da umidade do solo pela técnica de reflectometria no domínio do tempo (TDR). O experimento foi instalado em casa de vegetação no Centro de Ciências Agrárias e Engenharias da Universidade Federal do Espírito Santo, localizada no município de Alegre-ES. O estudo foi conduzido em um esquema de parcelas subsubdividida 8 x 4 x 3, sendo clones em 8 níveis (C1, C2, C3, C4, C5, C6, C8 e C9), nas subparcelas o fator tensão de água no solo em 4 níveis (T30= 30, T60= 60, T100= 100 e T200= 200 kPa) e na subsubparcelas, épocas de avaliação em 3 níveis (EP30= 30, EP60= 60 e EP90= 90) escalonados em função dos dias após indução dos regimes hídricos, em um delineamento inteiramente casualizado com 3 repetições. As variáveis avaliadas foram: altura das plantas, área foliar, massa seca total, partição de biomassa (relação parte aérea/raiz), taxa de crescimento relativo, taxa de consumo de água e eficiência no uso da água. Ao final do experimento concluiu-se que os clones possuem necessidades hídricas diferentes entre si, assim como em sua capacidade de resistência à redução da água no solo. Tais fatores são respostas intrínsecas de cada clone, sendo os resultados subjacentes a interação entre genótipo e ambiente. Desta forma torna-se viável adoção de técnicas de manejo condizentes a cada um destes.
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    Produção do cafeeiro Conilon Vitória sob condições de sequeiro e irrigado em quatro safras
    (Universidade Federal do Espírito Santo, 2019-02-27) Pereira, Lucas Rosa; Reis, Edvaldo Fialho dos
    Devido à ausência ou irregularidades de precipitação pluviométrica e altas temperaturas, principalmente em períodos críticos de desenvolvimento do cafeeiro, conhecer seu comportamento sob condições irrigadas, torna-se fundamental para garantir uma boa produtividade, rendimento e um produto de melhor qualidade. Diante do exposto, objetivou-se com este estudo, avaliar a produção, o rendimento e o consumo de água dos treze clones da variedade de café Conilon Vitória, em condição irrigada, irrigada com 50% da ETc e sem irrigação, durante quatro safras. O experimento foi instalado no ano de 2013, no Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Alegre, em uma área de 0,42 ha, em esquema de parcela subsubdividida 3 x 13 x 4, sendo nas parcelas o manejo de irrigação em três níveis (irrigado, irrigado com 50% da ETc e sem irrigação), nas subparcelas os clones da variedade Conilon Vitória em treze níveis (V1; V2; V3; V4; V5; V6; V7; V8; V9; V10; V11; V12 e V13) e nas subsubparcelas o fator safra em quatro níveis (2013, 2014, 2015 e 2016) em um delineamento em blocos casualizados, com três repetições. Cada parcela experimental foi constituída por cinco plantas úteis. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey para comparações entre o fator manejo e Scott-Knott para comparações entre o fator clone e o fator safra. Houve diferença significativa entre os clones da variedade do café Conilon Vitória para produção, rendimento e consumo de água nos manejos e safras avaliadas. A produtividade média de plantas irrigadas foi cerca de 5; 5,7; 10 e 10,5 vezes a mais que a de plantas sem irrigação, nas safras de 2013, 2014, 2015 e 2016, respectivamente. A produtividade média de plantas irrigadas com 50% da ETc foi cerca de 3,6; 4,3; 7,9 e 7,9 vezes a mais que a de plantas sem irrigação, nas safras de 2013, 2014, 2015 e 2016, respectivamente. O clone V3 apresentou, na média das quatro safras, o maior valor de produtividade para o manejo irrigado e irrigado com 50% ETc. Enquanto que para o manejo sem irrigação, o melhor desempenho foi obtido pelo clone V10. As plantas sob manejo irrigado e irrigado com 50% da ETc apresentaram melhor desempenho nas safras de 2014 e 2016. A irrigação influenciou positivamente no rendimento do cafeeiro. O rendimento entre plantas irrigadas e irrigadas com 50% da ETc não diferiu. Já plantas sem irrigação apresentaram menor rendimento. Os clones V4, V11 e V12, apresentaram na média das quatro safras, o melhor rendimento para o manejo irrigado e irrigado com 50% ETc. Enquanto que para o manejo sem irrigação, o melhor desempenho foi obtido pelo clone V12. Os manejos irrigado e irrigado com 50% da ETc apresentaram maior consumo de água por planta e menor consumo de água por quilo de café beneficiado, nas quatro safras.
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    Anatomia comparada de duas variedades de cafeeiro em Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 2023-01-17) Sartori, Luana de Jesus; Mori, Fábio Akira
    O conhecimento da anatomia foliar de cafeeiros de diferentes locais é importante para compreender os mecanismos de adaptação das variedades às condições ambientais. Visto que a folha apresenta grande plasticidade, esta atua como um indicador das condições edafoclimáticas, conferindo mais respostas do que a raiz e o caule. Entender a anatomia pode auxiliar produtores a realizar o plantio de determinadas variedades em locais mais apropriados, além de contribuir na criação de cultivares mais tolerantes a estresses ambientais. O experimento foi conduzido nas Unidades Experimentais da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) nas cidades de Patrocínio e Monte Carmelo. Cada local possui lavouras de café com as variedades “Catiguá MG3” e “Sarchimor”, implantadas em 2017, porém, em Monte Carmelo ocorre irrigação por gotejamento enquanto Patrocínio é conduzido em sequeiro. O presente trabalho teve como objetivo verificar a plasticidade estrutural foliar entre uma mesma variedade de café cultivada em diferentes locais, e entre as duas variedades ocorrentes num mesmo local. Para tanto, coletou-se folhas completamente expandidas do terceiro nó para a avaliação da anatomia foliar no Laboratório de Anatomia Vegetal (DBI) da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Por meio deste, verificou-se que as variedades dos dois locais apresentaram características que conferem tolerância a altas temperaturas. Em Monte Carmelo os indivíduos apresentaram maior espessamento da cutícula, já em Patrocínio, maior espessamento do parênquima paliçádico. Em Monte Carmelo também foi observado maior diâmetro de vaso e do poro estomático, indicando uma maior transpiração e translocação de água e sais minerais, sendo a irrigação uma possível resposta.
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    Efeitos interativos da concentração de CO 2 e da disponibilidade de luz sobre o crescimento, o desempenho fotossintético e a plasticidade fenotípica do cafeeiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-23) Souza, Antonio Henrique de; DaMatta, Fábio Murilo; Martins, Samuel Cordeiro Vitor
    Apesar de o café arábica (Coffea arabica L.) ser uma espécie que evoluiu em ambientes sombreados, é cultivado, mais comumente, a pleno sol, como ocorre no Brasil. A espécie é classificada como muito sensível às mudanças climáticas, e o uso do sombreamento em cafezais é considerado uma importante estratégia de manejo para mitigar os efeitos negativos dessas mudanças, de sorte que a adoção do sombreamento em lavouras a pleno sol é assunto atual de destaque na cafeicultura. A cultura apresenta grande plasticidade fenotípica à irradiância, observada quando há diferenças marcantes na disponibilidade de luz. A elevada concentração atmosférica de CO 2 (eC a ) aumenta o desempenho fotossintético do cafeeiro, porém, ainda não se sabe se, e como, a eC a pode afetar o desempenho fotossintético do cafeeiro sob sombreamento mais denso e se a eC a poderia reverter as limitações difusionais impostas às plantas de café nessa condição, quando sua plasticidade fenotípica à luz é induzida. Isso posto, pretendeu-se avaliar como a assimilação e o uso de carbono, bem como o acúmulo e partição de biomassa, são afetados pela disponibilidade de luz e concentração de CO 2 , e como isso poderia impactar a plasticidade fenotípica do cafeeiro à irradiância. Para tanto, foram cultivadas plantas em vasos, dentro de câmaras de topo aberto, em casa de vegetação. Durante 12 meses, as plantas foram submetidas a dois níveis de luz (0% e 90% de restrição lumínica) em combinação com concentração de CO 2 ambiente (aC a : 457 ± 9 µmol mol -1 ) ou elevada (eC a : 705 ± 18 µmol mol -1 ). Foram realizadas avaliações de trocas gasosas e fluorescência de clorofila a, curvas fotossintéticas de resposta à concentração interna de CO 2 (A/C i ), partição e eficiência de uso de nitrogênio, além de análises bioquímicas, anatômicas e biométricas. Os resultados demonstraram que eC a melhorou a performance fotossintética, via aumentos na taxa fotossintética líquida (A) e redução da taxa de fotorrespiração e da pressão oxidativa nos cloroplastos, sem sinais de retrorregulação da fotossíntese. Por um lado, o incremento em C a atenuou os efeitos das limitações difusionais exacerbadas pelo drástico sombreamento, além de aumentar a velocidade máxima de carboxilação da RuBisCO (V cmax ), em paralelo a aumentos na eficiência fotossintética do uso do N, mas sem efeito direto na condutância estomática (g s ) e condutância mesofílica dessas plantas. Em adição, houve maior uso fotoquímico da luz absorvida sob condições de sombra (maior coeficiente de extinção fotoquímico e maioreficiência fotoquímica atual do FSII), em paralelo com maiores concentrações de clorofila e maior investimento em N como um todo na maquinaria fotossintética. Por outro lado, as plantas a pleno sol sob eCa apresentaram maiores valores de g s em paralelo a aumentos na densidade e no índice estomático, além dos maiores valores de A, V cmax e velocidade máxima de carboxilação limitada pela taxa de transporte de elétrons, bem como maior acúmulo de biomassa. Mesmo quando essas plantas foram analisadas sob baixa irradiância, não mostraram grande redução de g s , o que poderia ajudar no maior ganho de biomassa dessas plantas ao longo do tempo. Tanto a maior disponibilidade de luz como de CO 2 impactou positivamente o ganho de biomassa (e A), com efeitos interativos entre esses dois fatores. Sob eC a , o maior crescimento foi primordialmente governado por aspectos morfológicos à sombra (e.g. área foliar total), e fisiológicos ao sol (e.g. A). O sombreamento ora imposto permitiu uma exacerbação da plasticidade fenotípica à luz, sendo o CO 2 um importante fator no processo de manifestação dessa plasticidade. Coletivamente, os resultados oferecem novas informações sobre os efeitos positivos de eC a sobre o desempenho fotossintético e crescimento do cafeeiro, seja a pleno sol ou sob condições de baixa disponibilidade lumínica. Palavras-chave: Coffea arabica. Estômato. Fotossíntese. Luz. Mudanças Climáticas. Plasticidade Fenotípica. Sombreamento.
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    Efeitos interativos da concentração de CO 2 e da disponibilidade de luz sobre o crescimento, o desempenho fotossintético e a plasticidade fenotípica do cafeeiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-23) Souza, Antonio Henrique de; Matta, Fábio Murilo Da; Martins, Samuel Cordeiro Vitor
    Apesar de o café arábica (Coffea arabica L.) ser uma espécie que evoluiu em ambientes sombreados, é cultivado, mais comumente, a pleno sol, como ocorre no Brasil. A espécie é classificada como muito sensível às mudanças climáticas, e o uso do sombreamento em cafezais é considerado uma importante estratégia de manejo para mitigar os efeitos negativos dessas mudanças, de sorte que a adoção do sombreamento em lavouras a pleno sol é assunto atual de destaque na cafeicultura. A cultura apresenta grande plasticidade fenotípica à irradiância, observada quando há diferenças marcantes na disponibilidade de luz. A elevada concentração atmosférica de CO 2 (eC a ) aumenta o desempenho fotossintético do cafeeiro, porém, ainda não se sabe se, e como, a eC a pode afetar o desempenho fotossintético do cafeeiro sob sombreamento mais denso e se a eC a poderia reverter as limitações difusionais impostas às plantas de café nessa condição, quando sua plasticidade fenotípica à luz é induzida. Isso posto, pretendeu-se avaliar como a assimilação e o uso de carbono, bem como o acúmulo e partição de biomassa, são afetados pela disponibilidade de luz e concentração de CO 2 , e como isso poderia impactar a plasticidade fenotípica do cafeeiro à irradiância. Para tanto, foram cultivadas plantas em vasos, dentro de câmaras de topo aberto, em casa de vegetação. Durante 12 meses, as plantas foram submetidas a dois níveis de luz (0% e 90% de restrição lumínica) em combinação com concentração de CO 2 ambiente (aC a : 457 ± 9 µmol mol -1 ) ou elevada (eC a : 705 ± 18 µmol mol -1 ). Foram realizadas avaliações de trocas gasosas e fluorescência de clorofila a, curvas fotossintéticas de resposta à concentração interna de CO 2 (A/C i ), partição e eficiência de uso de nitrogênio, além de análises bioquímicas, anatômicas e biométricas. Os resultados demonstraram que eC a melhorou a performance fotossintética, via aumentos na taxa fotossintética líquida (A) e redução da taxa de fotorrespiração e da pressão oxidativa nos cloroplastos, sem sinais de retrorregulação da fotossíntese. Por um lado, o incremento em C a atenuou os efeitos das limitações difusionais exacerbadas pelo drástico sombreamento, além de aumentar a velocidade máxima de carboxilação da RuBisCO (V cmax ), em paralelo a aumentos na eficiência fotossintética do uso do N, mas sem efeito direto na condutância estomática (g s ) e condutância mesofílica dessas plantas. Em adição, houve maior uso fotoquímico da luz absorvida sob condições de sombra (maior coeficiente de extinção fotoquímico e maioreficiência fotoquímica atual do FSII), em paralelo com maiores concentrações de clorofila e maior investimento em N como um todo na maquinaria fotossintética. Por outro lado, as plantas a pleno sol sob eCa apresentaram maiores valores de g s em paralelo a aumentos na densidade e no índice estomático, além dos maiores valores de A, V cmax e velocidade máxima de carboxilação limitada pela taxa de transporte de elétrons, bem como maior acúmulo de biomassa. Mesmo quando essas plantas foram analisadas sob baixa irradiância, não mostraram grande redução de g s , o que poderia ajudar no maior ganho de biomassa dessas plantas ao longo do tempo. Tanto a maior disponibilidade de luz como de CO 2 impactou positivamente o ganho de biomassa (e A), com efeitos interativos entre esses dois fatores. Sob eC a , o maior crescimento foi primordialmente governado por aspectos morfológicos à sombra (e.g. área foliar total), e fisiológicos ao sol (e.g. A). O sombreamento ora imposto permitiu uma exacerbação da plasticidade fenotípica à luz, sendo o CO 2 um importante fator no processo de manifestação dessa plasticidade. Coletivamente, os resultados oferecem novas informações sobre os efeitos positivos de eC a sobre o desempenho fotossintético e crescimento do cafeeiro, seja a pleno sol ou sob condições de baixa disponibilidade lumínica. Palavras-chave: Coffea arabica. Estômato. Fotossíntese. Luz. Mudanças Climáticas. Plasticidade Fenotípica. Sombreamento.
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    Seleção de cafeeiros do cruzamento de Icatu x Catimor sob déficit hídrico
    (Universidade Federal de Lavras, 2017-11-28) Coelho, Larissa Sousa; Carvalho, Gladyston Rodrigues; Silva, Vânia Aparecida
    Estresses abióticos como o déficit hídrico podem influenciar significativamente no desenvolvimento e produtividade de Coffea arabica L. A caracterização para seleção de cultivares tolerantes a esse estresse é de elevada importância para a cafeicultura, principalmente pelo fato da cultura ser cultivada também em áreas consideradas marginais, onde a ocorrência dessas adversidades climáticas são mais frequentes. Objetivou-se, com esse trabalho, caracterizar 15 progênies de Coffea arabica L., oriundas do cruzamento entre Icatu x Catimor, além de 4 cultivares comerciais, com posterior seleção de genótipos com potencial de tolerância ao déficit hídrico, na fase inicial de desenvolvimento (1 ano de idade). O experimento foi instalado em fevereiro de 2016, e a aplicação dos tratamentos hídricos ocorreu em outubro do mesmo ano, em casa de vegetação do Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG, em Lavras, MG. Utilizou-se delineamento experimental em blocos casualizados (DBC), em esquema fatorial 19 x 2 (19 genótipos x 2 tratamentos hídricos) com parcelas subdivididas no tempo (7 tempos de avaliação),e 4 repetições, sendo a parcela constituída por 1 planta. Após a imposição dos tratamentos hídricos, foram realizadas avaliações durante 42 dia. Ao iniciar o experimento, metade das mudas foram submetidas à suspensão total da irrigação e a outra metade foi mantida com umidade na capacidade de campo. Para a caracterização e seleção, foram realizadas avaliações fisiológicas e agronômicas. Nas avaliações fisiológicas foram analisadas as taxas fotossintéticas (A), condutância estomática (gs), transpiração (E), eficiência do uso da água (EUA), eficiência de uso do carbono (EUC) e potencial hídrico de antemanhã (Ψam). Quanto à caracterização agronômica foram avaliados o diâmetro de caule inicial (DCI), diâmetro de caule final (DCF), altura inicial (HI), altura final (HF), área foliar (AFI), número de nós do ramo ortotrópico (NN), diâmetro de copa (DCP), angulação do ramo plagiotrópico (ANG), matéria seca de folhas (MSF), matéria seca de raiz (MSR) e matéria seca total (MST). Os resultados mostraram que a cultivar IPR 100 e as progênies 2 (H 29-1-8-5-14-2), 5 (H 136- 1-19-7-14-4) e 12 (H 136-1-19-4-6-5) apresentaram características agronômicas efisiológicas que contribuíram para uma melhor manutenção do status hídrico no desenvolvimento inicial de plantas de café, sendo fatores indicativos para a seleção desses genótipos como potencialmente tolerantes ao déficit hídrico.
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    Manipulação da relação fonte-dreno em Coffea arabica L. e seu efeito durante o desenvolvimento dos frutos
    (Universidade Federal de Lavras, 2021-08-06) Sanchez, Marlon Alexander Peralta; Marchiori, Paulo Eduardo Ribeiro; Guimarães, Rubens José
    O Brasil se posiciona como um dos maiores produtores de café do mundo, com 2,16 milhões de hectares plantados. Associando qualidade e produção, aparece como o maior exportador do grão. A produção de biomassa é dependente da assimilação e partição de carbono (C) na planta. Para o fruto crescer é necessário o C proveniente diretamente da fotossíntese das folhas, das reservas dos ramos e raízes e da assimilação pelo próprio fruto. A manipulação das relações fonte-dreno, através de técnicas como anelamento, desfolhação e remoção de frutos, ajudam a modificar o fluxo de carboidratos, permitindo alterar a partição de carbono na planta. Objetivou-se com o presente estudo determinar a capacidade de produção e estoque de carboidratos nos ramos e frutos da árvore de café. Foram conduzidos dois experimentos: No primeiro, avaliou-se a aplicabilidade da estimativa in situ do volume e área de frutos de café com um método matemático para um elipsoide, criando um método estimativo utilizando um fator de correção para estimar o volume e a área de rosetas de café, comparando aos métodos convencionais. Para isso 569 frutos de diferentes estágios de desenvolvimento foram avaliados e os seguintes parâmetros foram medidos em cada fruto: comprimento (eixo X), largura (eixo Z) e altura (eixo Y). As dimensões coletadas com paquímetro foram utilizadas na equação para estimar volume e área. As dimensões morfométricas dos frutos apresentaram uma alta correlação com as dimensões usadas para uma elipsoide de três eixos diferentes, como o fruto de café. A eficiência desse modelo foi avaliada por regressão linear, mostrando em sua análise ANOVA (p < 0,01) e uma relação linear positiva entre os dois métodos. Afirma-se que os dois modelos são adequados para estimativa in situ do volume e a área dos frutos e nas rosetas de café, sem causar danos nos frutos e com uma estimativa precisa e prática em campo. O segundo experimento visou determinar a contribuição das diferentes partes da árvore de cafeeiro como fonte de carboidratos para o crescimento dos frutos e acúmulo de carboidratos em função dos estágios de desenvolvimento. Os fatores de variação foram as técnicas de manipulação de relações fonte-dreno: (i) anelamento do ramo plagiotrópico e (ii) desfolhação e suas combinações. Foram realizadas 6 coletas ao longo do desenvolvimento dos frutos de cafeeiros para quantificação dos carboidratos. Observou-se limitação e atraso no crescimento dos frutos dos ramos anelados e desfolhados, reduzindo o acúmulo de carboidratos ao longo do desenvolvimento. Ramos anelados e com folhas apresentam maior atividade no metabolismo e transporte de carboidratos, e esse aporte minimizou o impacto no crescimento nos frutos de café. Existe um equilíbrio nas relações fonte-dreno onde todas as partes da planta de café estão conectadas, ajudando no crescimento dos frutos, cujo equilíbrio pode ser alterado de acordo com o incremento da demanda dos frutos.