O trabalho em sistemas integrados de produção é uma característica dos agricultores familiares da Zona da Mata de Minas Gerais. Em suas propriedades são desenvolvidos sistemas de produção diversificados, o que exige uma rotina de distribuição de trabalho no tempo e no espaço. A produção de café em sistema agroecológico e orgânico é uma alternativa interessante nessas propriedades. O objetivo desse trabalho foi comparar espécies de leguminosas cultivadas e plantas espontâneas nas entrelinhas de cafeeiros quanto à produção de biomassa e acúmulo de nutrientes em diferentes condições edafo-climáticas e avaliar a velocidade de decomposição e da mineralização de nutrientes provenientes da adubação verde para a cultura do cafeeiro sob diferentes condições edafo-climáticas. Analisando todas as leguminosas, nas quatro propriedades estudadas, nota-se que crotalária e guandu-anão foram as que mais acumularam nutrientes na matéria seca seguidos por lablabe, mucuna, calopogônio, estilozantes, e amendoim forrageiro. Isso teve relação com as biomassas produzidas mas não com a liberação de nutrientes e com as produtividades dos cafeeiros. A maior decomposição da biomassa ocorreu nos primeiros 15 a 30 dias. Em laboratório foi possível aferir que a mais lenta liberação de N, P e K da mucuna e do amendoim forrageiro e a liberação mais rápida com guandu, estilozantes e calopogônio obtidas em condições de campo poderiam ser analisados segundo as características bioquímicas das plantas. O total de NH4+ + NO3- acumulado correlacionou-se apenas com os teores de celulose. A longo prazo, a mineralização é influenciada pelos teores dos componentes de mais difícil decomposição como celulose e lignina. Do ponto de vista agronômico o guandu encontra-se entre os adubos verdes que mais se destacaram. Foi a leguminosa que apresentou maior e mais rápida liberação de nutrientes. Aos 60 dias mais de 60% do N, 70% do K e 40% do P já estariam disponíveis. Destacou-se também por apresentar, em três dos quatro sítios, as maiores produtividades dos cafeeiros. Nesse caso seria a espécie mais indicada para os três sítios e condições ambientais, inclusive sob condições de estresse. Lablabe, estilozantes e o amendoim forrageiro viriam a seguir quanto a velocidade de liberação de nutrientes e a produtividade dos cafeeiros em geral.
Work under integrated production system is a characteristic of family farmers in Zona da Mata de Minas Gerais. In these farms, diversified production systems are developed, demanding a work distribution routine in terms of time and space. For family farms, agroecologically and organically-cultivated coffee production is an interesting alternative. The objective of this work was to compare cultivated leguminous species and spontaneous plants in coffee plant inter rows for biomass production and nutrient accumulation under different edaphoclimatic conditions and evaluate the decomposition velocity and mineralization of nutrients originated from green fertilization for the coffee culture under different edaphoclimatic conditions. After analyzing all the leguminous plants, in the four farms analyzed, it was noted that crotalaria and dwarf pigeon pea accumulated the most nutrients in the dry matter followed by lablabe, velvet bean, calopogonios, estilozantes, and forage peanut. This was related with the biomasses produced but not with nutrient release and coffee plantation yield. Most biomass decomposition occurred in the first 15 to 30 days. It was possible to confirm under laboratory conditions, that the slower N, P and K release from velvet bean and forage peanut and the faster release with guandu dwarf cultivar, estilozantes and calopogonios plants obtained under field conditions could be analyzed, according to plant biochemical characteristics. NH4+ + NO3- accumulated total correlated only with the cellulose contents. In the long run, mineralization is influenced by the contents of the components most difficult to degrade, such as cellulose and lignin. From an agronomic viewpoint, guandu dwarf cultivar was among the most outstanding leguminous plants, releasing the highest and fastest release of nutrients. At 60 days, over 60% of N, 70% of K and 40% of P would already be available. It also presented the highest coffee yield in three out of the four sites. Thus, in this case, it would be the species most indicated for the three sites and environmental conditions, including those under stress. Lablabe, estilozantes and forage peanut would rank second in nutrient release velocity and overall coffee plantation yield.