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Matos, Antonio Teixeira de; Pinto, Andressa Bacchetti; Monaco, Paola Alfonsa Lo. Mobilidade de nitrato no solo em rampas de tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro por escoamento superficial. In: Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil e Workshop Internacional de Café & Saúde, (3. : 2003 : Porto Seguro). Anais. Brasília, DF : Embrapa Café, 2003. (447p.), p. 425-426. |
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Dentre os vários métodos para reduzir a carga orgânica das águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro (ARC) está o tratamento por escoamento superficial. Neste processo, a água residuária é aplicada em altas taxas na parte superior de uma rampa, geralmente cultivada com forrageiras, ficando sujeita ao escoamento superficial, condição que possibilita sua depuração ao longo da rampa de tratamento. Este método é tido como alternativa viável, tendo em vista o baixo custo de implantação e operação desse sistema de tratamento e a possibilidade de aproveitamento dos nutrientes contidos nessas águas. Contudo, sua aplicação deve ser feita de forma criteriosa para que não venha a concorrer para a contaminação de águas subterrâneas e superficiais. A maior parte do N presente em águas residuárias brutas, ricas em material orgânico, está na forma orgânica, que pode ser mineralizada, liberando para a solução do solo íons inorgânicos do N, principalmente NH4+ e NO3-. O nitrato, por ser um ânion, apresenta grande mobilidade em solos predominantemente eletronegativos, podendo, dessa forma, ser lixiviado com água em percolação (irrigação ou chuvas) e contaminar águas subterrâneas. Diante da importância ambiental no estudo deste elemento, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a mobilidade de nitrato no solo em rampas de tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro, pelo método de escoamento superficial. As forrageiras utilizadas foram o azevém (Lolium multiflorum L.), a aveia-preta (Avena strigosa Schreb) e o milheto (Pennisetum americanum L.), cujo semeio delimitou-se em parcelas de 3,0 x 2,0 m (6 m2), com espaçamento de 0,20 m entre linhas de plantio e 1 m entre parcelas, em solo com declividade de 5%. A taxa de aplicação da ARC foi equivalente a 250 kg.ha-1.dia-1 de DBO5, durante 14 semanas, apenas nos dias úteis. Após o término do experimento, em todas as parcelas experimentais foram feitas coletas de amostras de solo, em diferentes profundidades, a fim de se investigarem os possíveis efeitos da aplicação da água residuária da lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro na concentração de nitrato no solo. Com base nos resultados obtidos, pôde-se concluir que nas parcelas que receberam ARC, as maiores concentrações de nitrato foram observadas na camada superficial do solo de 0 a 0,10 m, independentemente da forrageira cultivada. Nos cultivos com aveia-preta, a maior concentração de nitrato ocorreu nas parcelas que receberam ARC, em todas as profundidades estudadas, notadamente na camada de 0 a 0,10 m, onde foi encontrada a maior concentração desse íon no solo (72,14 mg.kg-1). Nos cultivos de milheto, as maiores concentrações de nitrato foram observadas nas camadas de 0 a 0,20 m. Dentre as espécies forrageiras estudadas, o azevém demonstrou ser o pior extrator de nitrato no solo, pela notória mobilidade deste no perfil do solo. |
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