Resumo:
Grande parte da cafeicultura de Minas Gerais encontra-se implantada em solos ácidos, com baixa disponibilidade de Ca 2+ e Mg 2+ . Embora a calagem seja uma prática de uso generalizado nas lavouras, persistem, ainda, questionamentos sobre as doses recomendáveis, efeito residual, localização ideal de aplicação do calcário, tanto na implantação, como ao longo dos anos e sobre o uso da mistura de calcário com gesso, visando a movimentação de S e de bases em profundidade, aumentando assim o desenvolvimento do sistema radicular, e permitindo exploração de maior volume de solo em relação à água e aos nutrientes. Este estudo teve como objetivos: verificar o efeito da calagem e da calagem+gessagem na reação do solo, nas características químicas do solo e na produtividade de cafeeiros em um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, em Patrocínio-MG; comparar doses maiores aplicadas em área total, com doses menores em faixas; determinar as doses de calcário e da mistura calcário+gesso, a serem aplicadas no plantio e sua reposição nos anos seguintes que maximizem economicamente as produções de café; e verificar o efeito da calagem e da calagem+gessagem, nos teores de cátions na camada superficial, e na movimentação de S em profundidade. O experimento consistiu de 44 tratamentos, correspondente a uma matriz mista (baconiana com fatorial), sendo que em 23 deles o calcário foi aplicado em 100 % da área (área total) e nos 21 restantes, aplicou-se em 33 % da área (faixa). Verificou-se que as características químicas do solo, comportaram-se diferencialmente ao se compararem os calcários de diferentes reatividades estudados, apesar de não ter havido, na produtividade do cafeeiro, efeito diferenciado em resposta à reatividade. As aplicações de calcário em faixa ou em toda a área, resultaram em produções de café, na primeira colheita, que, em média de doses, não diferiram entre si, apesar dos valores das características químicas do solo terem sido mais afetados pelas aplicações de doses maiores em toda a área. A forma da reposição da calagem não resultou em aumento de produção de café, na primeira colheita. O uso de gesso, em média, não promoveu diferenças em produtividade, na primeira colheita, mas resultou em movimentação de Ca 2+ e de Mg 2+ , e aumentou os teores de S em profundidade. O manejo da calagem e gessagem, recomendável de acordo com a primeira produção do cafeeiro, é a aplicação localizada em faixa, com reaplicação, também em faixa, a partir do segundo ano, de acordo com a análise de solo do
respectivo ano.
Descrição:
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.