As substâncias voláteis do fruto do café conillon (Coffea canephora) das regiões de Campos dos Goytacazes (RJ) e Linhares (ES) foram analisadas pela técnica de "headspace" dinâmico/cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas. Avaliou-se a composição química em função do grau de maturação do fruto. Constatou-se a presença de diversas substâncias caracterizadas pela primeira vez no fruto do café, entre elas: o álcool benzílico (1), o benzaldeído (2), o 2-feniletanol (3) e o
2-hexenal (4). Também foram caracterizadas substâncias já conhecidas no fruto como, por exemplo, a 2-heptanona (5), o acetato de 2-heptila (6), o salicilato de metila (7) e o salicilato de etila (8). Outras substâncias ainda aguardam confirmação estrutural mais detalhada, mas sabe-se, pelo espectro de massas, que se trata de ácidos carboxílicos ramificados, aldeídos graxos e vários alcenos. Houve grande variação da composição dos voláteis em função do grau de maturação do fruto. Detectaram-se duas tendências marcantes com o aumento do grau de maturação do fruto: o crescimento do grau de oxidação das funções orgânicas, por exemplo, de álcool para aldeído, cetona ou éster, e a diminuição na proporção de salicilatos de alquila. Esta segunda tendência sugere que estes salicilatos possam se comportar como inibidores alimentares contra animais herbívoros. Neste primeiro estágio de análise enfatizou-se o aspecto qualitativo da composição dos voláteis. Na captura dos voláteis foi utilizada como fase sólida uma resina de poliestireno a XAD-2, com posterior lavagem dessa com diclorometano para análise de resíduos. A continuação deste trabalho envolverá técnicas com limite de detecção mais baixo, a determinação
quantitativa dos compostos orgânicos voláteis e a possível contribuição destes compostos na atração/comunicação de pragas específicas do café.
The dynamic headspace technique was used to collect the volatile organic constituents of conillon coffee berry (Coffea canephora) from Campos dos Goytacazes (RJ) e Linhares (ES). Analyses were carried out in a gas chromatograph/mass spectrometer. Different degrees of ripeness were investigated and many compounds were identified for the first time in the volatile blend, among them benzylic alcohol (1), benzaldehyde (2), 2-phenylethanol (3) and 2-hexenal (4). Previously identified
compounds were also detected, among them, 2-heptanone (5), 2-heptyl acetate (6), methyl salicylate (7) and ethyl salicylate (8). Other compounds were not completed assigned yet, but first round analysis suggests branched carboxylic acids, fatty aldehydes and many alkenes as possible structures. There was a great variation in blend composition with the increasing of the ripeness and two major tendencies were detected: the degree of oxidation of the functional groups, and the decreasing of alkyl salicylates. The last one suggests that these compounds may be acting as an antifeedant against herbivory. At this stage of
analysis the qualitative aspect of volatile organic composition was emphasized. For organic volatile capture we used as solid phase a polystyrene resin, XAD-2, with subsequent washings with dichloromethane for residue analyses purity grade. In order to improve these results, accomplishment of techniques with lower detection limits, quantitative determination and possible involvement of these compounds in a specific insect/plant relationship is expected to be realized as soon as possible.