É polêmica a questão do custo de produção na cafeicultura brasileira, o que pode ser devido aos enganos cometidos pelos cafeicultores e técnicos quando empregam diferentes significados a um mesmo termo ou expressão, como: renda, faturamento e renda bruta. Além disso, quando os cafeicultores omitem informações importantes, nas respostas de um questionário, a respeito de sistemas de produção aplicados, práticas e níveis tecnológicos, investimentos realizados e outras, tem-se uma estimativa não-real para o valor do custo de produção, perante um modelo matemático incompleto. A cafeicultura da região de montanha do Espírito Santo é bem expressiva econômica e socialmente, pois emprega cerca de 153 mil pessoas numa área produtiva de 239 mil hectares (ha). Das propriedades, 89,22% possuem menos de 50 ha e o restante (10,78%) detém áreas superiores a 50 ha, predominando na região o regime de trabalho de economia familiar. Os objetivos do levantamento foram gerar conhecimento sobre aspectos econômicos da cafeicultura de montanha do Espírito Santo e, especificamente, estimar o custo de produção para diferentes sistemas tecnológicos. Foram utilizados dados de fontes secundárias para a tipificação e seleção dos cafeicultores. O estudo foi realizado em 34 talhões de 21 propriedades rurais, localizadas em sete municípios da região serrana. As anotações dos dados ocorreram através de planilhas sistematizadas, de acordo com as seguintes variáveis: escala de produção (familiar e empresarial), regime de produção (com e sem parceria) e nível tecnológico (adensado e tradicional). Os resultados preliminares mostraram que, em média, nas lavouras usa-se uma população de 3.092 plantas/ha, gastando-se: com o
custo de implantação - R$ 2.086,00/ha; custo de manutenção - em torno de R$ 1.076,00/ha; custo com colheita - R$ 907,00/ha; custo variável total médio para o ano de 2000 - R$ 60,14/saca; e para os últimos seis anos - média em torno de R$ 67,33/saca.
The production costs of the Brazilian coffee crop is a polemic subject. It can be due to the mistakes provided by the coffee growers and experts that use different meanings to the concept from a same word expression like product gross income, product full input, coffee invoicing and coffee yield. Beside this, when the coffee growers omit important informations as the applied production systems, technical practices and levels, investments and other data in their survey answers, it’s difficult to estimate
the real value of the production cost by the incomplete mathematic model. The coffee crop in the Espírito Santo highland region is economic and socially very expressive, because it generates around 153,000 jobs in 230,000 hectares (ha). 89.22% of the farms contain an area lower than 50 ha, while the other 10.78% are with higher than 50 ha. This survey was achieved in order to take new knowledge related to the coffee crop of this highland region, and afterwards using appropriated mathematic formula could be estimated the production costs for different technology systems. For this to happen, secondary source data was used
to classify and select coffee growers at 34 places into 21 farms from seven highland counties. The systematized data was scored through questionnaire ask and answer about the following variables: Production System (Family or Enterprise), work manner (With or Without Partners) and Technological Level (High Plant Population or Traditional). The preliminary results showed that in average the coffee crops use a 3,092 plants/ha population, and spend as first costs of plant growing R$ 2,086.00/ha, costs of plant maintenance about R$ 1,076.00/ha, harvest costs around R$ 907.00/ha, and total variable costs for
the year 2000 about R$ 60.14/sack, while for the last six years mean around R$ 67.33/sack.