O controle das plantas daninhas em lavouras jovens de café deve ser realizado em tempo hábil, a fim de reduzir eventuais interferências das espécies infestantes. Devido ao pequeno número de herbicidas seletivos e registrados para a cultura, cafeicultores utilizam-se de herbicidas não-seletivos, como o glyphosate, através da aplicação dirigida sobre as plantas daninhas. Apesar de todos os cuidados com a tecnologia de aplicação são constatados casos de intoxicação de plantas de café, pela deriva do produto aplicado. Diante da frequência e importância do uso do glyphosate nas lavouras cafeeiras faz-se necessário conhecer os reais efeitos desse herbicida em cafeeiros jovens. Para isso, foram realizados três experimentos visando avaliar os efeitos do glyphosate no crescimento de cultivares de café (Coffea arabica L.), bem como, a influência desse herbicida sobre a nutrição mineral dessas plantas. Os experimentos foram realizados em casa de vegetação, entre os meses de junho e março, no ano agrícola 2008/09. No primeiro experimento, utilizou-se do esquema fatorial (3 x 5) em delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições, sendo os tratamentos compostos por três cultivares de café: Catucaí Amarelo (2SL), Oeiras (MG- 6851) e Topázio (MG-1190) e cinco doses de glyphosate (0, 57,6; 115,2; 230,4 e 460,8 g ha-1). O herbicida foi aplicado aos 120 dias após o transplantio das mudas para vasos de 10 L, de forma que não atingisse o terço superior das mesmas. Os sintomas de intoxicação nas plantas de café foram semelhantes nas diferentes cultivares, sendo caracterizados por clorose e estreitamento do limbo foliar. A cultivar Topázio foi a cultivar mais sensível ao glyphosate, quanto ao acúmulo de área foliar e de matéria seca das raízes e na densidade radicular. No segundo experimento avaliaram-se os efeitos do glyphosate sobre os teores foliares de nutrientes em três cultivares de café (Catucaí, Oeiras e Topázio). Houve redução nos teores foliares de N, P, K, Cu e Zn quando as folhas foram coletadas aos 45 dias após a aplicação do glyphosate (DAA), e de N, K, Mn e Zn, quando a coleta foi realizada aos 120 DAA, independentemente da cultivar utilizada. A cultivar Topázio apresentou as maiores reduções nos teores foliares de Fe e Mn aos 45 DAA e, de P e Fe aos 120 DAA, quando tratadas com glyphosate. No terceiro experimento avaliaram-se os efeitos do glyphosate sobre o crescimento de duas cultivares de café de crescimento distinto, sendo Acaiá de internódios longos e, Catucaí de internódios curtos. Utilizou-se do esquema fatorial (2 x 5) em delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições, sendo os tratamentos compostos por duas cultivares de café (Coffea arabica L.): Catucaí Amarelo (2 SL), e Acaiá (IAC 474/19) e cinco doses de glyphosate (0; 57,6; 115,2; 230,4 e 460,8 g ha-1). A cultivar Acaiá mostrou-se menos tolerante ao glyphosate, quando comparada à Catucaí. Essa cultivar apresentou menor crescimento que Catucaí quando submetida ao tratamento com o herbicida, possivelmente devido ao maior comprimento dos internódios, favorecendo a exposição de suas folhas às gotas contendo glyphosate.
Weed control in young coffee plantations must be duly done in order to reduce possible interference of weed species. Due to the small number of registered and selective herbicides for the crop, coffee planters use non-selective herbicides, such as glyphosate, by directed spray on the targeted weeds. Despite all care with the application technology, cases of coffee plants intoxication are verified, due to the applied product’s drift. Given the frequency and importance of the glyphosate use in coffee plantations, it is necessary to know the real effects of this herbicide on young coffee plants. For this, three experiments were performed to evaluate the effects of glyphosate on growth of coffee cultivars (Coffea arabica L.), and the influence of herbicide on the plants mineral nutrition.The experiments were conducted in a greenhouse, between June and March, in the agricultural year 2008/09. In the first experiment, it was used a factorial (3 x 5) in a randomized block design with four replications, with treatments consisting of three coffee varieties: Catucaí Amarelo (2SL), Oeiras (MG-6851) and Topázio ( MG-1190) and five glyphosate doses (0, 57.6, 115.2, 230.4 and 460.8 g ha-1). The herbicide was applied at 120 days after transplanting the seedlings to 10 L pots, in a way that it would not reach their upper third. Intoxication symptoms in the coffee plants were similar in different cultivars, being characterized by chlorosis and leaf narrowing. The cultivar Topázio was the most sensitive to glyphosate cultivar, as for the accumulation of leaf area and roots dry matter and for root density. In the second experiment, the effects of glyphosate on the foliar levels of nutrients in three coffee cultivars (Catucaí, Oeiras and Topázio) were evaluated. There was a reduction in foliar content of N, P, K, Cu and Zn when the leaves were collected at 45 days after glyphosate application (DAA) and N, K, Mn and Zn, when the collection was performed at 120 DAA, regardless of the cultivar. The cultivar Topázio showed the highest reductions in levels of foliar Fe and Mn at 45 DAA, and P and Fe at 120 DAA, when treated with glyphosate. In the third experiment, the effects of glyphosate on growth of two coffee cultivars with different growing patterns, being Acaiá with long internodes and Catucaí with short internodes, were evaluated. It was used a factorial (2 x 5) in a randomized block design with four replications, with treatments consisting of two coffee varieties (Coffea arabica L.): Catucaí Amarelo (2 SL), and Acaiá (IAC 474 / 19) and five glyphosate doses (0, 57.6, 115.2, 230.4 and 460.8 g ha-1). Cultivar Acaiá showed to be less tolerant to glyphosate when compared to Catucaí. This cultivar had lower growth than Catucaí when subjected to treatment with the herbicide, possibly due to greater internodes length, favouring the exposure of their leaves to the drops containing glyphosate.