Resumo:
Estudou-se a influência do alumínio no crescimento da parte aérea, de raizes e na composição mineral de nove populações de café, procurando determinar possíveis diferenças na tolerância a este metal. Para tanto, plantas com dois pares de folhas definitivas foram submetidas a O e 8 ug/mL de alumínio em solução nutritiva, com pH 4.0, durante 115 dias. Após este período, as plantas foram divididas em folhas superiores, folhas inferiores, primeiro par de folhas totalmente expandido, caule e raizes,
para a determinação do peso de matéria seca e teores de fósforo, cálcio e alumínio. Avaliaram-se, também, altura das plantas, comprimento da raiz principal, número de raizes secundárias e área foliar do primeiro par de folhas totalmente expandido. A presença do alumínio inibiu o crescimento da parte aérea e das raizes, as quais apresentaram anormalidades típicas de
toxidez de alumínio. Dentre as características de crescimento estudadas, a redução no peso de matéria seca de raizes, foi a que possibilitou maiores diferenciais de resposta ao alumínio. Observou-se também, redução no comprimento da raiz principal, altura das plantas, área foliar e aumento no número de raizes secundárias. O agrupamento envolvendo todas as
características de crescimento avaliadas, permitiu discriminar as populações em quatro grupos: tolerante (UFV 1359, UFV 2149).
moderadamente tolerante (UFV 2145, UFV 2877 e UFV 2163), moderadamente sensível (UFV 3880) e sensível (UFV 2147, UFV 2198 e UFV 2237). A tolerância ao alumínio foi associada à menor precipitação do fósforo absorvido nas raizes, menor redução na translocação para a parte aérea e à maior eficiência no uso do fósforo. Quanto à nutrição de cálcio, a tolerância foi relacionada à menor redução na absorção e ao aumento na eficiência de utilização deste nutriente, quando as plantas foram submetidas ao estresse de alumínio. Nas raizes detectaram-se elevadas concentrações deste metal, principalmente na população tolerante (UFV 2149), que apesar de apresentar maior conteúdo de alumínio, possui alta conversão em biomassa, sugerindo a atuação de algum mecanismo de tolerância interna.