Resumo:
A utilização de alimentos alternativos na dieta animal tem como principais objetivos reduzir os custos e incrementar a produtividade da atividade pecuária. Desta forma, os mais diversos tipos de resíduos ou subprodutos agro-industriais, quando empregados de forma racional, podem contribuir para tanto, como é o caso da casca de café. Nos últimos anos, a cafeicultura em Rondônia vem sendo bastante fomentada, sendo que no ano agrícola de 1995 foram colhidas 171.235 ton de café em coco, que, após o seu beneficiamento, resultaram em aproximadamente 86.000 ton de cascas, que, via de regra, são desprezadas, trazendo grandes perdas econômicas e ambientais. Como a grande maioria dos resíduos ou subprodutos das agroindústrias, a casca de café apresenta uma grande variabilidade na sua composição bromatológica; assim, foram encontradas oscilações de 6,8% a 17,3% para a proteína bruta (PB), 19,5% a 42,4% para fibra bruta (FB) e 2,3% a 6,0% para extrato etéreo (EE). As principais limitações da utilização da casca de café na alimentação animal são os elevados teores de lignina (36%) e a presença de fatores antinutricionais (cafeína, taninos e compostos fenólicos). No entanto, quando utilizada racionalmente, resulta em ganhos de produtividade e economicidade. Para avaliar o desempenho de ovinos deslanados em crescimento, alimentados com níveis crescentes de casca de café, conduziu-se um experimento em Porto Velho - RO, com delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos, representados pelos níveis de inclusão da casca de café de 0, 10, 20 e 30% em substituição ao capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.) cv. Cameroon e cinco repetições, representadas pelos animais. A casca de café continha 85,2; 11,3; 0,50 e 0,16% de MS, PB, Ca e P, respectivamente. A sua inclusão nadieta dos ovinos resultou em maiores (P> 0,01) ganhos de peso, 9,1; 18,8; 14,5 e 49,1 g/dia/animal, respectivamente, para os níveis de inclusão de 0, 10, 20 e 30%. O consumo médio dos animais alimentados com as rações contendo a casca foi 14,6% inferior ao dos alimentados exclusivamente com capim-elefante (53,7 x 62,9 g de MS/kg de PV 0,75 ).