Plantas associadas podem incrementar a comunidade de inimigos naturais no ecossistema através da disponibilidade do néctar extrafloral. Neste trabalho estudou-se a influência do ingá na comunidade de artrópodes predadores de Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolytinae) em cultivo de café e a capacidade predatória do tripes Trybomia sp. (Karny) (Thysanoptera: Phlaeotrhipidae em controlar a broca-do-café (Ferrari) (Hypothenemus hampei). O trabalho foi dividido em dois capítulos. No capítulo 1, foram avaliadas a diversidade e abundância de assembleias de formigas e do tripes Phlaeothripidae em cultivos de café com e sem o ingá. No capítulo 2, avaliou-se a capacidade do tripes Trybomia sp. de acessar e predar a broca-do-café no interior dos frutos. Não houve diferença na abundância e na diversidade das assembleias de formigas e tripes entre café em monocultivo e consorciado. No entanto, nas áreas com consórcio, encontramos maior abundância do total de insetos predadores. Tripes predadores do gênero Trybomia não foram eficientes em acessar e predar a broca-do-café. Através de equipamento de raio-x, foi possível identificar um comportamento de defesa da broca que pode ter impedido a entrada desses tripes. O tripes Trybomia sp. não se mostrou um predador eficiente de H. hampei no interior dos frutos. Nós concluímos que a presença do ingá pode aumentar a incidência de artrópodes predadores em cultivos de café. No entanto, são necessários estudos futuros para avaliara abundância e diversidade dos artrópodes em diferentes distâncias do ingá para certificar a adequada associação dessa planta com os cultivos.
Companion plants may increase natural enemies in ecosystem through extrafloral nectaries availability. We study Inga tree effects in a coffee berry borer’s arthropod predators community and the ingá guest capability Trybomia sp. (Karny) (Thysanoptera: Phlaeotrhipidae) in controlling coffee berry borer (Ferrari) (Hypothenemus hampei). This work was divided into two chapters. In the first chapter was evaluated diversity and abundance from coffe berry borer’s predators in coffee plantation with and without inga trees. In the second chapter was evaluated Trybomia sp capability in access and prey coffee berry borer inside the fruits. There is no difference in abundance and diversity of ants and thrips assemblage between coffee monocultures and consortium coffee. However, we founded a higher predator’s community abundance in consorted areas. Thrips omnivorous belonging to this family, from the genus Trybomia, were not efficient accessing and preying the coffee berry borer. Using an X-ray equipment, it was possible to identify a defensive behavior from the coffee berry borer which may have prevented thrips from entering. Even though it was not efficient in H. hampei predation inside the fruits, thrips from genus Trybomia can join the natural enemies group which perform natural control of coffe berry borer. We concluded that the incidence of arthropods predators in coffee cultivation can be higher by the inga presence. However, future studies are needed to assess the abundance and diversity of arthropods at different distances from the ingá to ensure the right association of this plant in crops.