Essa dissertação tem como finalidade compreender como uma organização não governamental internacional operacionaliza a comunicação e a participação no trabalho que desenvolve com cafeicultores mineiros, produtores do café especial Arábica. A pesquisa buscou desvendar se nas atividades prestadas por essa ONG observa-se a autonomia dos produtores. Para tanto, foram analisadas: a trajetória da ONG e suas motivações para atuação em Minas Gerais; o papel desempenhado pela comunicação na relação entre a instituição e os agricultores. E, por último, verifica-se como os agricultores assessorados percebem a comunicação desenvolvida pela organização. A pesquisa de caráter qualitativo envolveu três funcionários e dez cafeicultores atendidos pela ONG em Manhuaçu (MG). Além das entrevistas, estudou-se as mídias virtuais da organização para compreender como a CO se processa nesses canais e a metodologia de intervenção usada com os produtores mineiros. As análises apresentaram um trabalho de intervenção, no rural mineiro, movido por interesses do mercado internacional de café. A CO adotada nesse processo segue uma perspectiva pouco democrática e dialógica e parece ser usada para influenciar o cafeicultor a seguir os padrões de qualidade internacional para o cultivo do café especial. Essa comunicação também parece ser articulada para regular a participação desses agricultores, favorecendo uma relação de dependência entre eles e a instituição estudada. Palavras-Chave: Comunicação Organizacional (CO). Participação. ONGs. Agricultores. Café especial.
This dissertation aims to understand how a international non-governmental organization operationalizes communication and participation in the work it develops with coffee farmers from Minas Gerais, producers of Arabica specialty coffee. The research sought to unveil whether the activities provided by this NGO show the autonomy of producers. To this end, the following were analyzed: the NGO's trajectory and its motivations for action in Minas Gerais; the role played by communication in the relationship between the institution and farmers. And, finally, it is verified how the assisted farmers perceive the communication developed by the organization. The qualitative research involved three employees and ten coffee growers served by the NGO in Manhuaçu (MG). In addition to the interviews, the organization's virtual media were studied to understand how CO is processed in these channels and the intervention methodology used with Minas Gerais producers. The analyzes showed an intervention work, in rural Minas Gerais, driven by interests of the international coffee market. The CO adopted in this process follows a little democratic and dialogical perspective and seems to be used to influence the coffee grower to follow the international quality standards for the cultivation of special coffee. This communication also seems to be articulated to regulate the participation of these farmers, favoring a relationship of dependence between them and the institution studied. Keywords: Organizational Communication (CO). Participation. NGOs. Farmers. Special Coffee