Resumo:
A área cafeeira no Estado da Bahia está distribuída em três regiões: a região do cerrado ou oeste, a região do Atlântico, compreendendo o extremo sul e sul, e a mais tradicional, a região do Planalto envolvendo os Planaltos de Conquista, Jequié e Santa Inês e ainda a Chapada Diamantina, caracterizada pelo clima ameno com altitudes entre 700 e 1.000 m. A microrregião do Planalto de Conquista abrange doze municípios produtores da espécie Coffea arabica L., ocupando cerca de 28.000 ha com 40 milhões de cafeeiros, obtendo produção média de 600 mil sacas /ano. A pouca informação regional disponível quando da introdução, a crescente expansão para novas regiões, e por outro lado, a disponibilidade de germoplasmas, sugerem a necessidade de estudos de adaptação dos principais genótipos de café às condições regionais. Com o objetivo de comparar e identificar variedades e/ou seleções mais adaptadas ao Planalto de Conquista-BA, foram introduzidos materiais promissores,
obtidos junto a Institutos de Pesquisa e Universidades com relevantes trabalhos na pesquisa cafeeira. Após identificados quanto ao porte, foram selecionados 21 genótipos para o ensaio de porte alto, sendo 13 de Mundo Novo, 3 de Acaiá (Acaiá IAC 474-19, Acaiá Cerrado UFV 1150, Acaiá IAC 474-4), 4 de Icatu (Icatu Precoce IAC 3282, Icatu Amarelo IAC 2944, Icatu Vermelho IAC 2945, Icatu Vermelho IAC 4045), e a variedade Bourbon Amarelo IAC J20. Para o ensaio de porte baixo foram selecionados 30 genótipos, sendo 11 da variedade Catuaí Vermelho, 13 de Catuaí Amarelo e completam a relação as variedades Obatã IAC 1669- 20, Tupi IAC 1669-33, Topázio MG 1190, Rubi MG 1192, Oeiras MG 6851 e IAPAR 59. As mudas foram produzidas, e avaliadas até os 180 dias, em viveiro do campo experimental da UESB, campus Vitória da Conquista. Os experimentos foram instalados em abril de 2001 na fazenda experimental da EBDA, município de Barra do Choça-BA. Nos dois ensaios utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições e quinze plantas por parcela, sendo duas linhas laterais em cada ensaio e as três plantas iniciais e finais de cada linha útil consideradas bordaduras. Nas avaliações feitas em mudas, no viveiro, aos 60 e 120 dias após o plantio, foram observadas diferenças significativas pelo teste de agrupamento de Scott-Knott, para as características número de folhas primárias, número de folhas permanentes, área foliar das folhas primárias, área foliar das folhas permanentes e comprimento do caule. Não sendo encontradas diferenças para diâmetro
do caule, comprimento da maior raiz, peso de matéria seca de raiz e peso de matéria seca da parte aérea. Entretanto, as avaliações realizadas aos 180 dias, no momento do plantio em campo, não confirmaram estas observações, demonstrando não haver diferenças significativas entre os tratamentos para todas as características avaliadas. As avaliações do comportamento no campo estão sendo feitas a partir de 90 dias após o plantio, para as características altura da planta, diâmetro do caule a 10 cm de altura do solo, e número de folhas por planta, até o mês de novembro de 2002. A partir do mês de dezembro passou-se a avaliar o diâmetro da copa. Os resultados da análise dos dados do mês de dezembro de 2002, no ensaio de porte alto, permitem observar uma tendência de maior desenvolvimento para Acaiá IAC 474-4, e menor para Icatu Vermelho IAC 2945. No ensaio de porte baixo, não houve diferença para o diâmetro da copa e nem para o diâmetro do caule, enquanto para altura de planta, dois grupos foram estabelecidos, sendo os genótipos Catuaí Vermelho IAC 81 e Tupi IAC 1669-33 os mais baixos, e, Catuaí Amarelo IAC 17 e Catuaí Vermelho IAC 44 os mais altos em seus respectivos grupos.