O café é uma das bebidas mais populares consumidas em todo o mundo, e tem sido por séculos parte integrante do hábito alimentar de um grande número de brasileiros. O presente estudo buscou descrever e analisar os dados nacionais de consumo de café dos brasileiros. Com isso, foram descritas as formas de preparo de café mais utilizadas, o volume consumido e as formas utilizadas para adoçar bebidas na população brasileira; foi analisado o consumo usual de café; e foi realizada uma caracterização do consumo usual de café dos brasileiros nas Grandes Regiões segundo sexo e faixa etária. O estudo utilizou os dados obtidos no Inquérito Nacional de Alimentação (INA) baseando-se em informações de dois dias não consecutivos de registro alimentar de 34.003 indivíduos com 10 anos ou mais de idade. O método do National Cancer Institute (NCI) foi aplicado para obter o consumo usual e estatísticas descritivas. A média de consumo diário usual de café da população brasileira foi de 163 ml [erro padrão (EP) 2,8], corresponde a 1,5 xícaras/dia. Os homens apresentaram maior consumo usual de café comparado às mulheres. No Brasil o consumo usual de café se reduz com a idade, e existem diferenças regionais. A Região Nordeste apresentou o maior consumo médio usual de café de 175 ml (EP 9,4) e o maior consumo usual obtido também para homens nordestinos com 60 anos ou mais de idade foi de 521 ml (EP 13,6) comparado com outras Regiões. O método mais utilizado para o preparo e consumo de café foi o filtrado/instantâneo (71%) e a principal maneira utilizada para adoçar as bebidas foi o açúcar (87%). Conclui-se que, os homens apresentaram o maior volume de consumo usual de café; houve variação entre os sexos quanto ao consumo de café em função da faixa de idade; e a quantidade de café consumida variou entre as Regiões do Brasil. Resultados inéditos na população brasileira foram mostrados nesse estudo, sendo o primeiro estudo a caracterizar o consumo usual de café em uma amostra representativa da população brasileira, possibilitando importantes contribuições para a comunidade científica, agências regulatórias, indústria e profissionais de saúde pública.
Coffee is one of the most popular beverages consumed worldwide, and for centuries it has been part of the dietary habits of a large number of Brazilians. The current study aimed to describe and analyze data on the national consumption of coffee in the Brazilian population. Thus, the brewing methods and preparations for coffee, the volume consumed and the ways to sweeten beverages in the Brazilian population were described; we analyzed the usual daily coffee intake; and a characterization of the usual daily coffee intake across the Brazilian Regions was performed by gender and age group. The study used data from the first Brazilian National Dietary Survey (NDS) based on food intake data obtained in two non-consecutive food records from 34,003 subjects of ages over 10 years. The method of the National Cancer Institute (NCI) was applied to obtain the usual intake and descriptive statistics were performed. The mean usual daily coffee intake of the Brazilian population was 163 ml [standard error (SE) 2.8], corresponding to 1.5 cups per day. The males had the highest volume of usual coffee intake compared to females. In Brazil usual coffee intake reduces with age, and there are regional differences. The Northeast Region had the highest usual mean coffee intake of 175 ml (SE 9.4) and the highest usual coffee intake compared across Regions was also obtained from Northeastern men aged 60 or older, at 521 ml (SE 13.6). The commonest brewing method to prepare and drink coffee was filtered/instant (71%) and the main way to sweeten beverages was with sugar (87%). In conclusion, men showed the highest volume of usual coffee intake; there was variation between genders regarding coffee intake as a function of age group; and the amount of coffee consumed varied considerably between Brazilian Regions. Unpublished results in the Brazilian population were shown in this study, which is the first to characterize the usual coffee intake in a nationwide representative sample in Brazil. This will provide important information for public health professionals, the scientific community, regulatory agencies, and industry.