Resumo:
Café nos Livros deste mês é dedicado ao fazendeiro Luis de Toledo Piza Sobrinho. A tarefa, sobre ser agradável, é das mais suaves. Luís Piza Sobrinho, que muitos conhecem trabalhando na sala de diretoria Rural, presidindo reuniões [...] é também uma fonte bibliográfica para o estudo do café. Ainda agora, Alzira Vargas do Amaral Peixoto, ao publicar ‘Getúlio Vargas, Meu Pai’ (de resto muito mais uma biografia de Alzirinha do que um retrato do ex-presidente), faz uma referência a Piza Sobrinho ao relatar a saída do s. s. do Instituto de Café, a fim de acompanhar Armando de Salles Oliveira. Alzira Vargas fala em ‘máquina que carrega vagões vazios’, atribuindo o ‘slogan’ aos paulistas. Ignora que a frase é do notável Artur Neiva. Esse baiano, a quem o café muito deve, falou em máquina puxando vagões. Os vazios foi introduzido, sub-repticiamente, por algum mau patriota, interessado em fazer futrica entre Estados. Muito antes disso, em 1936, vemos Luis Piza Sobrinho, então secretário da Agricultura, Indústria e Comércio do Estado de São Paulo, prefaciando o notável livro de Anton Zischka – A Guerra secreta pelo Algodão. Já naquela época escrevia: ‘com o craque do café, de 1929, e com a longa crise que seu máximo produto atravessou de então para cá – e ainda vem atravessando – cumpria-lhe arranjar um sucedâneo para o ‘déficit’ de sua balança comercial. Cruzar os braços diante da situação, enquanto os nossos compromissos externos pesavam sobre nós e ameaçavam tornar-se devedores isoláveis, não era de homens que em quatrocentos anos haviam feito uma nacionalidade, arrancando das selvas brutas, ásperas e selvagens, uma civilização. Ao encerrar estes respingos da vida de Luís Piza sobrinho, confessamos que pretendíamos salientar a sua atuação cotidiana em defesa do café. Mas isso, convenhamos, seria evidenciar o óbvio. Pretendemos, isto sim, dirigir um apelo a s. s. no sentido de que se lance a mais um grande e útil empreendimento: revelar em um livro de memórias essa vida plena de ensinamentos.