Objetivou-se, com esse estudo, verificar a influência do uso da casca de café como cobertura de piso no comportamento e qualidade do sêmen de varrões. No primeiro experimento objetivou-se avaliar a influência do uso da casca de café como enriquecimento ambiental sobre o comportamento dos varrões. Foram utilizados dezesseis reprodutores suínos, alojados em baias individuais, com e sem cobertura de piso. O período experimental foi de 60 dias. Foram realizadas filmagens, registrando o número de vezes em que os animais estiveram comendo, bebendo, em pé, sentados, deitados e fuçando. Também, foram mensuradas as temperaturas corporais superficiais, no início e no término do experimento, além da dosagem de cortisol salivar. A cobertura do piso não influenciou as temperaturas corporais e nem os níveis de cortisol salivar. Pela manhã, o uso da cobertura diminuiu o número de vezes em que o animal esteve sentado e aumentou o número de vezes em que estiveram deitados. Pela tarde diminuiu o número de vezes em pé, sentados ou fuçando e aumentou o número de vezes deitados. Conclui-se que a cobertura de piso para varrões pode ser utilizada como enriquecimento ambiental para melhorar os padrões comportamentais dos animais. No segundo experimento objetivou-se avaliar a influência do uso da casca de café como cobertura de piso sobre a qualidade do sêmen de varrões e o desempenho reprodutivo das fêmeas. Foram utilizados dezesseis reprodutores suínos divididos em dois grupos com e sem cobertura de piso. O período experimental foi de 60 dias. Antes e após 60 dias foram realizadas avaliações seminais, antes e após 96 horas de armazenamento a 15 oC. Ao final do experimento, foram dosados os teores de cafeína e ácido clorogênico nas doses inseminantes, bem como foram avaliados o desempenho reprodutivo das fêmeas inseminadas com sêmen dos animais experimentais. Observou-se que as doses inseminantes provenientes dos animais, mantidos em baias contendo casca de café, continham 2,545μg de cafeína/100 mL, sem quantidades de ácido clorogênico. A casca de café não influenciou o volume e a concentração do sêmen in natura, porém piorou a motilidade espermática. Não houve diferença nos parâmetros de qualidade das doses inseminantes, com exceção da concentração de malondialdeído, que aumentou, após 96 horas de armazenamento quando a casca foi utilizada. Não houve influência da casca de café sobre a taxa de retorno ao cio e o tamanho da leitegada . Conclui-se que o uso da casca de café como cobertura de piso prejudica a qualidade do sêmen in natura e das doses inseminantes armazenadas por 96 horas, mas não influencia o desempenho reprodutivo das fêmeas.
The objective, with this study, was to verify the influence on the use of coffee peels as floor cover on the behavior and semen quality of boars. In the first experiment, the objective was to evaluate the influence of the use of coffee peel as environmental enrichment over the behavior of the boars. We used sixteen swine reproducers, housed in individual stalls, with and without floor cover. The experimental period was of 60 days. The animals were filmed, registering the number of times the animals ate, drank, stood, sat, lay and dug. The surface body temperatures were measured at the beginning and end of the experiment, in addition to the salivary cortisol dosage of the animals during this period. The floor cover did not influence surface body temperatures or the salivary cortisol levels of the animals. By morning, the use of cover decreased the number of times the animal sat and increased the number of times the animals lay. By the afternoon, the number of times standing, sitting or digging decreased and the number of timed laying increased. We concluded that the floor cover for boars might be used as environmental enrichment to improve the animal’s behavioral patterns. In the second experiment, the objective was to evaluate the influence of the use of coffee peel as floor cover over the quality of boar semen and the reproductive performance of the females. We used sixteen swine reproducers divided into two groups with and without floor cover. The experimental period was of 60 days. Before and after 60 days, seminal evaluations were performed, in addition to evaluating the reproductive performance of the females inseminated with the semen of the experimental animals. It was observed that the inseminating doses derived from the animals maintained in stalls containing coffee peel, presented 2.545 μg of caffeine/100 mL, without amounts of chlorogenic acid. The coffee peel did not influence the volume and concentration of the in natura semen, however, it worsened spermatic motility. There was no difference in the quality parameters of the inseminating doses of the animals maintained or not over coffee peel, with the exception of the concentration of malondialdehyde, which increased after 96 hours of storage when this compound was used. There was no influence of coffee peel over return to estrusand the size of the litter. We conclude that the use of coffee peel as floor cover impairs the quality of in natura semen and of the inseminating doses stored for 96 hours, but does not influence the reproductive performance of the females.