O sombreamento dos cafeeiros tem sido indicado para regiões com condições desfavoráveis de ambiente e manejo. Atualmente, no Brasil há uma grande demanda de conhecimentos sobre este sistema de cultivo. Objetivou-se avaliar os mecanismos morfológicos e fisiológicos de cafeeiros em formação e produção, cultivados sob diferentes níveis de radiação (pleno sol e sob telas plásticas/sombrites com 35, 50, 65 e 90% de sombra). O primeiro experimento foi constituído por cafeeiros em fase de formação, sendo avaliados nas estações seca e chuvosa as características morfofisiológicas e a incidência de cercosporiose. Em condições de alta luminosidade e baixa disponibilidade de água, as folhas do cafeeiro têm maior espessamento da cutícula da face adaxial. O aumento da disponibilidade de radiação provoca aumento da espessura foliar e da densidade estomática, além de redução no tamanho dos estômatos de cafeeiros em fase de formação. Essas modificações favorecem potencialmente o processo fotossintético até o nível com 65% de sombra, sendo o nível com 30% de sombra o mais indicado. A cada 10% de aumento no nível do sombreamento há redução em cerca de 5% na taxa fotossintética e de 10% na incidência da cercosporiose em cafeeiros em fase de formação. O segundo experimento foi realizado em lavoura, em fase de produção, onde foram avaliadas as características de trocas gasosas, teores de clorofilas, teor de nitrogênio e anatomia foliar nas estações chuvosa e seca. Em cafeeiros, em fase de produção, os níveis de radiação pouco modificam o teor total de clorofila e a proporção de clorofilas a/b. O aumento da disponibilidade de radiação provoca aumento da espessura foliar e da densidade estomática, além de redução no tamanho dos estômatos de cafeeiros em fase de produção. Essas modificações favorecem potencialmente o processo fotossintético até o nível com 50% de sombra, sendo mais indicado o nível com cerca de 20% de sombra. A maior taxa fotossintética ocorre nos níveis com 21% e 26% de sombra, em condições de baixa e alta disponibilidade de água no solo, respectivamente.
The coffee trees shading has been indicated for regions under unfavorable environmental and management conditions. Currently there is in Brazil a great demand for knowledge about this culture system. The aim was to evaluate the morphological and physiological mechanisms of the formation and production of coffee trees grown under different radiation levels (full sunlight and plastic screens/sombrites with 35, 50, 65 and 90% shade). The first experiment was made with coffee trees in formation phase, the morphological- physiological characteristics and the incidence of cercosporiosis evaluated during the dry and rainy seasons. Under high luminosity and low water availability conditions, the coffee leaves have greater thickness of the cuticle adaxial face. The increase of the radiation availability causes the increase of the leaf thickness and stomata density, besides the reduction of the stomata size of coffee trees in formation phase. These changes potentially favour the photosynthesis process up to the 65% shade level, the 30% shade level being the most recommended. At each 10% increase in the shade level, there is reduction of about 5% in the photosynthesis rate and 10% in the cercosporosis incidence in coffee trees in the formation phase. The second experiment was carried out in crop production phase where the gas exchange characteristics, chlorophyll content, nitrogen content and leaf anatomy in the rainy and dry seasons were evaluated. In coffee trees in production phase the radiation levels change very little in the chlorophyll full content and the a/b chlorophylls proportion. The increase of the radiation availability causes the increase of the leaf thickness and stomata density, besides the reduction in the stomata size of coffee trees in the production phase. These changes potentially favour the photosynthesis process up to 50% shade level, the 20% shade level being the most recommended. The highest photosynthesis rate occurs in 21% and 26% shade levels, under low and high water availability in the soil, respectively.