Resumo:
O desenvolvimento de cultivares de Coffea arabica L. é um processo bastante longo, normalmente demandando cerca de 25 anos de trabalho para a liberação comercial de uma nova cultivar. Uma forma de reduzir consideravelmente esse tempo é o desenvolvimento de cultivares clonais, cuja multiplicação é feita por propagação vegetativa via embriogênese somática. Essa técnica permite a utilização comercial de plantas que ainda não possuem todas as características de interesse fixadas, tais como híbridos. Visando reduzir a utilização de agrotóxicos e o custo de produção de café a Fundação Procafé, em parceria com a Embrapa Café, selecionaram plantas matrizes com resistência ao bicho-mineiro e à ferrugem, boa qualidade de bebida e alta produtividade. Este trabalho relata a avaliação agronômica de clones em quatro ensaios conduzidos no Sul de Minas Gerais. Os ensaios foram dispostos em blocos casualizados, com quatro repetições e seis plantas por parcela. Os clones foram produzidos por embriogênese somática no Laboratório de Cultura de Tecidos da Fundação Procafé. Após cinco colheitas, verificou-se que alguns clones apresentaram produtividades iguais ou superiores às de cultivares comerciais, usadas como referência. Os clones 3, 5, 12, 13 e 14 tiveram produções semelhantes às das cultivares Catucaí Amarelo 2SL e Catucaí Amarelo 20/15 cv 479. Não foram observadas plantas com variações somaclonais que afetassem significativamente a produtividade, indicando que é possível a utilização comercial de plantas propagadas por embriogênese somática. Os clones mais produtivos estão sendo testados em outras regiões e em breve deverão constituir uma cultivar clonal.